– PEDRO LUSO DE CARVALHO
O livro Poesias (A cinza das horas, Carnaval, Ritmo dissoluto),
de Manoel Bandeira, é editado pela Revista
da Língua Portuguesa, em 1924.
No ano seguinte, Mário de Andrade convence Bandeira, por via epistolar, a
colaborar com artigos para o Mês
Modernista, do jornal A Noite; o
poeta passa a receber do jornal 50 mil réis por semana (são os seus primeiros
ganhos com a literatura).
Manoel Bandeira passa a escrever crítica musical para a revista A Ideia Ilustrada. E, nos anos de 1928-1939,
escreve crônicas semanais para o Diário
Nacional, de São Paulo.
Em 1930, o poeta publica o livro Libertinagem,
com poemas de 1924 a 1930; o livro, que teve uma edição de 50 exemplares, foi
por ele próprio custeada. Desse ano até o seguinte o poeta escreve críticas de
cinema para o jornal A Noite, do Rio.
É importante dar destaque especial para a a publicação de Poesias escolhidas, pela editora Civilização
Brasileira, em 1937; as poesias, que passaram a integrar esse livro, foram selecionadas
pelo poeta, que também ouviu os conselhos de Mário de Andrade, para a escolha
dos poemas.
Segue o poema Desencanto, de Manoel Bandeira (In Manoel Bandeira. Seleta de prosa e verso; organização, estudos e notas de Manoel de
Moraes. 2ª ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1975, p. 92):
DESENCANTO
– MANOEL BANDEIRA
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue, Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remoto vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.
– Eu faço versos como quem morre.
*
Teresópolis, 1912 (Cinza das Horas)
BANDEIRA, Manoel. Seleta de prosa e verso; organização, estudos e notas de Manoel de
Moraes. 2ª ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1975.
* * *
MANOEL BANDEIRA não é um poeta desconhecido para mim...Desde a minha juventude que o leio...Acho os seus poemas intensos, cheios de vida e de todos os sentimentos que dormem na alma de um homem... Já conhecia este e acho DEMAIS!
ResponderExcluirAbraço e boa semana.
Graça
Graça, é sempre muito bom receber a sua visita.
ExcluirManoel Bandeira é, sem dúvida, um dos melhores poetas da língua portuguesa. É conhecido pela sua independência intelectual e por ser um profundo conhecedor da linguagem poética.
Obrigado pela visita, Graça.
Um abraço e uma boa semana.