
por Pedro Luso de Carvalho
Dentre os muitos escritores que se ocuparam em escrever a trajetória da vida do médico Sigmund Freud, o criador da psicanálise, o mais importante deles foi Ernest Jones, que escreveu um livro excelente com mais de setecentas páginas, intitulado The Life Work of Sigmund Freud; Lionel Trilling e Steven Marcus foram os responsáveis pela organização e pelo resumo da obra; Trilling também escreveu a sua introdução, para ser editada pela Basic Books Publishing Co., Inc., em 1961. No Brasil, o livro foi editado em 1975, 2ª ed., com o título de Vida e Obra de Sigmund Freud, pela Zahar Editores, com tradução de Marco Aurélio de Moura Mattos.
Trilling inicia a introdução do livro, dizendo: “Sigmund Freud pronunciou-se resolutamente, em várias oportunidades, contra o fato de vir a ser objeto de um estudo biográfico, dando como uma de suas razões a afirmativa de que a única coisa importante acerca da sua pessoa eram as suas idéias – a sua vida pessoal, dizia ele, com toda a certeza não poderia ter o menor interesse para o mundo”.
Para Lionel Trilling, a pessoa de Freud não foi secundada por sua opinião; seu nome e suas idéias foram objeto de reconhecimento universal. Motivos para essa aceitação: “a grandeza e natureza de sua obra”; inegavelmente, O Ocidente rendeu-se à Psicanálise, à teoria relativa a certas doenças mentais; ficou também fascinado pela pessoa de seu criador. “A obra é vasta e concatenada – escreve Trilling – corajosa e magnânima na sua intenção; e não podemos dizer menos da sua vida”.
O psicanalista nascido em Gowerton, país de Gales, do Reino Unido, Ernest Jones, foi um dos dois ou três membros mais destacados do famoso ‘Comitê', grupo formado por Freud e seus mais admirados e fiéis colegas, escreve Trilling; e, mais: “Freud encontrou em Ernest Jones o seu biógrafo predestinado e plenamente adequado. No correr dos anos, não temos dúvida a respeito, outras biografias de Freud serão escritas, mas na medida em que houver virtudes específicas em quaisquer delas dependerão da obra monumental e autorizada do Dr. Jones”.
.
.jpg)
“Esta não tem a intenção de ser uma biografia popular de Freud - escreve Jones - muitas delas já foram escritas, registrando sérias distorções e inverdades. Seus objetivos consistem simplesmente e anotar os fatos principais da vida de Freud, enquanto ainda são acessíveis, e – numa intenção mais ambiciosa – tentar vincular sua personalidade e as experiências da sua vida ao processo de desenvolvimento de suas idéias”. Segue o segundo trecho da introdução escrita por Ernest Jones:
“O que Freud deu ao mundo não foi uma teoria da mente perfeitamente acabada e burilada, uma filosofia que talvez pudesse ser debatida sem qualquer referência ao seu autor, mas uma visão que gradualmente se ampliava, uma visão que ocasionalmente se empanava, mas que, em seguida, se tornava luminosa. A Psicanálise, como se passa verdadeiramente com qualquer outro ramo da ciência, só pode ser proveitosamente ser estudada como uma evolução histórica, nunca como se fosse um corpo de conhecimento aperfeiçoado – e o seu desenvolvimento achava-se peculiar e intimamente ligado à personalidade de seu fundador”.
* * *
Li pouca coisa de Freud, para ser sincero. Um bom amigo, nos idos de 1990, me ensinou a ler psicanálise a partir de Jung, de quem já li muita coisa. Deste último, gosto dos conceitos menos científicos e mais, como poderei dizer... intangíveis, talvez. Aprecio, por exemplo, o conceito da sincronicidade, entre outros, menos ortodoxos.
ResponderExcluirPreciso ler algo bo e genérico de Freud, para começar a desenvolver um opiñião que me permita comparar ambos, e compreender suas diferenças. Aliás, eles forma amigos, não é? Depois parece que romperam, enfim.
Abraços, Pedro.
gostei muito do teu blog
ResponderExcluirestarei sempre por aki
bjos
:*
Pedro,
ResponderExcluirFreud é o maior considerado pai da Pasicnálise moderna. Suas idéias, ainda hoje, como disse Ernest Jones se desdobram a cada novo debate.
Nada neste mundo é acabado, pronto, tudo pode ser ampliado, modificado e quanto mais estudamos mais descobrimos suas possibilidades.
Podemos concordar ou não com um conceito, mas certamente através do debate podemos encontrar soluções inesperadas e brilhantes .
Abraço
angel
Hola Pedro!
ResponderExcluirGracias por este interesante post.
Visitaré tús blogs.
Un saludo.
Virginia.
Pedro
ResponderExcluirPassei aqui para te agradecer pela tua visita.
Gostei dos seus blogs, voltarei sempre! E espero que tu tbm te sintas a vontade para perambular por minha 'casa' e participar com a turma que por lá anda...
Abraço
Pedro,
ResponderExcluirSou psicóloga, e sei da importância de Jung para a psicologia. Venho estudando suas obras, todas muito importantes, há anos, e estou sempre aprendendo com esse mestre.Claro que, com isso, não estou negando a importância de Freud para a psicanálise (não iria negar essa paternidade), mas é mais uma corrente de pensamento que provêm de uma mesma vertente. Jung simplesmente tomou o seu próprio caminho.
Beijos
Muito interessante a abordagem da biografia autorizada .Imagino o empenho de Jones.
ResponderExcluirAcrescentou e despertou o desejo de ir buscar mais.A psicanálise é fascinante,uma visão realmente.
Sempre presente e com admiração.
Cris
PS-tem novidades nos blogs.
Pedro, gostaria de saber se as perdas que Freud sofreu na infância pode ter desencadeado seu ateísmo e sua busca pela ciência. Estou fazendo um trabalho sobre isso e gostaria de saber sua opinião. Grata
ResponderExcluirI am sure this paragraph has touched all the internet users,
ResponderExcluirits really really pleasant post on building up new weblog.
Also visit my weblog; free credit report