10 de jul. de 2009

HERMANN HESSE - Leitura e Livros


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por Pedro Luso de Carvalho


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Infelizmente, o brasileiro lê muito pouco: 1 livro por pessoa, ao ano, é a média; a exceção está no Estado do Rio Grande do Sul, que são 4 livros por pessoa, também por ano; convenhamos, mesmo esse número (quatro) é pouco significativo. A falta de motivação à leitura, é uma das causas que geram esse baixo número de leitores: quando os pais não têm o hábito da leitura, livros não são encontrados em suas casas, o que decretará que, também eles, os filhos, não serão leitores no futuro; e, parar esse círculo vicioso, é quase impossível.


Também o Governo da União não contribui para melhorar essa situação, e o mesmo ocorre com os governadores dos Estados e com os prefeitos dos Municípios, que deveriam criar bibliotecas em todas as escolas, além de bibliotecas públicas, pois, é na infância e na adolescência que se adquire o hábito da leitura; depois dessas fases, as resistências para que se adquira esse hábito são quase insuperáveis. Sobre tema da leitura, vejamos o que diz Hermann Hesse, no capítulo Leitura e Livros (in Para Ler e Pensar, Rio de Janeiro, Editora Record, 198?):


“Ler sem pensar, ler distraidamente, é como passar por entre belas paisagens com os olhos vendados. Tampouco devemos ler para esquecer-nos a nós e à nossa vida quotidiana, mas, ao contrário, para reassumirmos em nossas mãos firmes e da maneira mais consciente e madura, a nossa própria existência. Devemos ir aos livros não como alunos tímidos que temessem aproximar-se de mestres frios e indiferentes; não como os ociosos que passam o tempo a beber. E sim, como alpinistas a galgar as alturas; como guerreiros que correm ao quartel para buscar armas. E não como quem estivesse a fugir de si mesmo, sem vontade de viver”.

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8 comentários:

  1. Anônimo00:48

    Quem não lê não vive, não aproveita a vida porque não tem instrumentos para vivê-la melhor.

    É responsabilidade dos governantes, sim, encontrar maneiras e recursos de espalhar livros, de estimular a leitura, de permitir descobertas e crescimento. Só aí terão cumprido a sua missão.

    Lembro sempre daqueles versos de Castro Alves:
    "Bendito aquele que semeia livros... e ensina o povo a pensar!

    Nossa realidade poderia ser muito diferente se os livros fossem nossos melhores companheiros!

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  2. Não gosto muito de ler,acho que era falta de costume,agora atraves da blogsfera estou fazendo isso.

    Ótimo fim de semana pra vc.

    beijooo.

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  3. "Não admira que num país assim, que não aposta na educação,emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido." E quantas vezes fazem tudo por tudo para manter assim o povo. Um povo que não tem formação para discordar e reivindicar...Infelizmente Portugal segue os mesmos passos. É imensamente triste...
    Um abraço desde Portugal

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  4. Infelizmente em Potugal a justiça falha todos os dias, a todas as horas. Nenhum processo verdadeiramente importante é concluído antes de prescrever. É uma vergonha! Toda a gente sabe dos segredos, das injustiças, de dinheiros a passar de mão em mão...mas a verdade é que os casos são arquivados por uma absurda "falta de provas"! Os juízes são substituídos e de novo o processo se inicia, com novas audiências, etc, etc...
    Apesar das novas tecnologias multiplicarem o acesso à informação, continuamos sem saber de nada e assim ficamos aceitando isso com a maior naturalidade! Os média são um novo poder, mas sentam-se à mesa com os corruptos e a verdade nunca vem à tona.
    Gente mal formada e informada aceita tudo e o país passa a ser o paraíso da vigarice!
    Cabe aos pais e aos professores lançar sementes para que os seus filhos/alunos tenham espirito critico e cultivem uma cidadania mais responsável.

    Hahahaha, desculpe o testamento...
    Até ao próximo post:)

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  5. Anônimo21:09

    Pedro,

    A título de reforço ao seu texto sobre educação e ética, lembro o que disse Hermann Hesse, nesse mesmo livro que você menciona ('Para Ler e Pensar'):

    "Não progride mais depressa o mundo, quando seus poetas se tornam demagogos e seus filósofos se fazem ministros. Progride, porém, sempre que cada pessoa faz aquilo para que existe e ela conseqüentemente faz bem e com prazer".

    abs.

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  6. Marilene Trois21:44

    Pedro Luso,

    Gostei muito do seu blog, que trata de assuntos tão variados, como literatura (adorei o texto sobre Dostoiévski), música, cinema e comportamente. Parabéns.

    Bjs.

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  7. Concordo Pedro, a falta de hábito de leitura é uma das razões pelas quais vemos, principalmente, internalfas que grassam na web, escrevendo barbaridades e mal compreendendo o que leem. É um dado vexatório esse de apenas um livro por habitante por ano no Brasil, enquanto na Escandinávia esse número é quinze. Sou filho de um pai quase analfabeto - havia frequentado apenas seis meses de banco escolar - que, contudo, era um leitor quase compulsivo, lia muito, assinava jornais e as Seleções do Readers Digest, as quais colecionava e nas quais iniciei minhas leituras aos sete anos, quando me alfabetizei. De lá para cá, graças a esse exemplo magnífico de meu pai, sou leitor apaixonado por mais de cinquenta anos, e leio a média de sessenta livros por ano, conforme minhas anotações. Consegui incutir o hábito da leitura em meus filhos e desejo que eles o façam com os deles quando e se tiverem. Abraços, JAIR.

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  8. Oi Pedro,

    Em nosso país a falta de estímulo para a leitura é um problema de cultura e educação. Das nossas crianças raras tem o privilégio de ter pais leitores.Com esta visão crítica e vontade de transformar efetivamente este quadro intentei,criei e produzi o Projeto livro de Rua aqui em Tatuí cidade que me viu crescer e onde moro atualmente.
    Visite o blog;
    www.tatuicidadeternura.blogspot.com
    Para entender a dimensão deste projeto cultural,pedagógico e transformador.Fiz a minha parte e adorei fazê-la .Produzi este projeto com muita paixão ,meu objetivo é fazer de cada cidade um livro desencadernado.Pode ser utópico,mas faço valer a poesia.

    Com carinho,

    Cris
    Ps-adorei o texto de Herman Hesse e a forma com que você o colocou.
    E os comentários dos seguidores do blog também acrescentam muito.

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Obrigado a todos os amigos leitores.
Pedro