13 de out. de 2009

UM POUCO MAIS DE JOHN MAYNARD KEYNES

por Pedro Luso de Carvalho Como o mundo enfrenta hoje o ímpeto de uma crise econômica que dá indicativos de que pode superar a Depressão Econômica, que se iniciou no dia 24 de outubro de 1929, na chamada "Quinta-feira Negra", com o crash da Bolsa de Nova York, não é demais voltar a falar um pouco mais de Lord John Maynard Keynes (1883-1946), cujo nome domina a última evolução do pensamento contemporâneo, como preleciona Henri Guitton (Economia Política, Rio de Janeiro, Editora Fundo de Cultura, 1961). Guitton menciona, que se chegou a falar de uma “revolução keynesiana”, que dataria de 1936, ano tão importante como o de 1776, quando se conheceu a importante obra de Adam Smith. Nessa data, 1936, Keynes publicou sua obra General Theory of Employment, Interest and Money, que se constituiu num marco que geraria inúmeras discussões. Depois disso, raros foram os problemas tratados que não tenham se referido a suas teses, para adotá-las, ou para criticá-las. De qualquer sorte, Keynes – professor em Cambridge, diretor do Economic Journal, cujo nome era conhecido pela sua atuação na política britânica por ocasião da elaboração do Tratado de Versailles - não se deixava facilmente caracterizar, como diz Guitton: é, ao mesmo tempo, matemático, marginalista e psicólogo. Para ele, o maior problema econômico é suprimir o desemprego e realizar o pleno emprego. Afirma ainda, Guitton: “Se Keynes revolucionou a teoria, não é, entretanto, o que se chamou de revolucionário. Não preconiza a subversão da ordem estabelecida. Conclui-se, contudo, de sua interpretação que, em situação de desemprego, o Estado tem o dever de intervir para agir sobre as variáveis fundamentais, no sentido que permitir aproximar-se do pleno emprego. Mas esta ação não deve prejudicar a liberdade dos indivíduos. Keynes é um verdadeiro fundador de escola. De seu pensamento sutil, às vezes fugidio, sempre rico e sugestivo, mesmo quando não é muito claro, uma série de discípulos e comentadores tirou, sobre a política fiscal, financeira e econômica, um conjunto de conclusões que marcam o mundo contemporâneo”.
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