por Pedro Luso de Carvalho
Seguimos com A Música Brasileira, agora na sua terceira parte,
com a análise que é feita por Nelson Werneck Sodré, no capítulo Música, do seu
livro Síntese de História e Cultura Brasileira (Civilização Brasileira, 9ª ed.,
Rio de Janeiro, 1981). Na segunda parte desse texto, minha última postagem,
Nelson Werneck Sodré fala dos versos de Chão de estrelas, de Orestes Barbosa,
bem como da poesia de Noel Rosa. O escritor afirma que esses letristas da
música popular salvaram a poesia brasileira. E diz ainda, que quem estudar a
fundo as letras da música popular dos anos 30 verá que “lá estão muitos achados
que botam no chinelo quase toda a versalhada de 1945 para cá”.
Nelson Werneck Sodré continua
falando, em Música, de sua Síntese de História e Cultura Brasileira, sobre o
mercado musical discográfico, sobre a forma usada pelo rádio e pela televisão
para criar mitos, visando sempre o lucro para esses meios de comunicação e para
os cantores e cantoras, em detrimento da boa qualidade da música, que era
entregue ao público. Mas, fico por aqui, sem entrar nos detalhes áridos desse
mercado. Na próxima parte de A Música Brasileira, será feita a abordagem
da Bossa Nova, que surgiu para defender a nossa música popular, gênero musical
de nível internacional.
CULTURA NACIONAL - MÚSICA (3ª parte)
(Nelson Werneck
Sodré)
O disco, antes do advento do rádio, teve a função pioneira de trabalhar
o mercado para a produção musical; o rádio deu dimensões gigantescas a esse
mercado, nas condições limitativas peculiares ao Brasil. De qualquer maneira, o
disco é muitíssimo mais popular do que o livro, e o rádio colocou à disposição
dos que não dispunham de aparelho para rodar o disco, a música que o público
desejava; os programas radiofônicos de maior audiência são os de pedidos
musicais. A pouco e pouco, nessa base, da relação entre milhões de ouvintes, de
um lado, e as emissoras e editoras de discos, de outro, formou-se e cresceu no
mercado musical.
A televisão apenas ampliou as
dimensões desse mercado e acrescentou, com as consequências necessárias, os
elementos cênicos ligados à imagem; de qualquer modo, multiplicou
extraordinariamente a eficácia da difusão musical. Essas relações mudaram
também de qualidade, ao ultrapassar certo nível quantitativo; cedo ficou
constatado que música, além de arte, era também mercadoria, precisava receber
determinado tratamento, adequado à sua colocação no mercado; não é de
surpreender que o teor artístico tenha cedido lugar ao teor mercantil. Claro
que, como em todas as outras manifestações culturais, a culpa foi lançada aos
consumidores, ao público.
* * *
Olá dr Pedro, tou acompanhando, como sempre teus posts, especialmente estes últimos sobre a nossa rica música popular, um de meus assuntos prediletos...estou me deliciando.
ResponderExcluirps. Meu carinho meu respeito meu grabde abraço.
Obrigado, caro Jair, pela sua visita e pelo comentário sobre a nossa música popular.
ExcluirGrande abraço,
Pedro.