por Pedro Luso de Carvalho
Como já mencionei no texto A Música Brasileira – Parte I,
este tema foi desenvolvido por Nelson Werneck Sodré, no seu importante livro
Síntese de História e Cultura Brasileira (Civilização Brasileira, 9ª ed., Rio
de Janeiro, 1981), no qual faz uma análise importante sobre a música popular
brasileira, no capítulo Música, dessa obra.
Terminei a primeira parte do texto mencionado,
com este trecho de Nelson Werneck Sodré: “Alguns momentos marcaram essa longa
etapa, iniciada ainda nos fins do século XIX: o aparecimento, por exemplo, em
1897, da marcha carnavalesca, ainda semi-erudita, de Chiquinha Gonzaga: "Ó abre
alas". Vejamos, agora, o que diz o escritor na continuação dessa
abordagem, sobre o desenvolvimento da música popular no Brasil:
CULTURA
NACIONAL - MÚSICA (2ª parte)
(Nelson Werneck Sodré)
Vinte anos depois, em 1917, o compositor
popular Ernesto dos Santos (Donga) gravava o primeiro samba: Pelo telefone. O
samba, que veio substituir o maxixe, trazia marcas negras que se misturariam às
novas influencias urbanas e modernas, que lhe foram alterando a feição, ao
longo do tempo. O aparecimento do disco permitiu a crescente difusão da música
popular e, ao mesmo passo, proporcionou-lhe o germe dos males que, adiante, iriam
infetá-la profundamente. O desenvolvimento do mercado do disco foi lento, a
princípio; o triunfo esmagador da música popular, aqui, ficou assinalado desde
que a pequena burguesia a aceitou e adotou. E houve até aspectos interessantes
que raros observaram; um deles, o cruzamento entre as letras das músicas e os
versos dos poetas: enquanto estes procuravam, pouco a pouco, depois rápida e
gravemente, tornar-se difíceis, aristocratizar-se, isolar-se, distanciar-se,
letristas excelentes apresentavam, sem pretensões, poesia da melhor qualidade,
ainda que formalmente defeituosa aqui e ali.
Letras como a de Chão de estrelas, de Orestes
Barbosa, ou como as dos sambas de Noel Rosa, são o que em poesia se fez de melhor, no tempo. Conforme observou um
comentarista – dos raríssimos que atentaram na aparente singularidade do fenômeno
– os letristas de samba como que salvaram a poesia brasileira: “É claro que os
macetes de um samba e de um poema são diferentes, mas deve-se levar em conta
que, depois da invenção do gramofone, é difícil para a poesia em versos,
publicada em livro, concorrer em rendimento com o estouro da comunicação visual
e com a produção musical (sem falar no aspecto do consumo). Quem tiver
disposição para tal que de uma olhada a fundo nas letras da música popular, dos
30 até hoje: lá estão muitos achados que botam no chinelo quase toda a
versalhada de 1945 para cá”.
Na próxima postagem, aqui neste espaço,
prosseguirei com esse mesmo tema, em sua terceira parte.
Para acessar a primeira parte deste trabalho, clique em: Werneck Sodré - A Música Brasileira - Parte I
Para acessar a primeira parte deste trabalho, clique em: Werneck Sodré - A Música Brasileira - Parte I
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Oi Pedro!
ResponderExcluirVim agradecer sua participação como seguidor do meu Blog e conhecer o seu que a partir de agora tem uma nova seguidora.
Um abraço
Oi Fátima!
ExcluirObrigado pela visita e por seguir meu blog. Espero que volte mais vezes.
Abraços,
Pedro.
Olá,
ResponderExcluirGostei muito de seu Post, pois retrata bem o assunto.
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