– PEDRO
LUSO DE CARVALHO
Dorothy
Parker (Dorothy Rothschild, era o seu nome) nasceu em West End, New
Jersey, em 1893. Em 1914, vendeu o seu primeiro poema para a revista
Vanity Fair.
Dois anos depois foi contratada pela revista Vogue;
em 1917 passou a escrever crítica de teatro para Vanity
Fair. Os seus contos passaram a ser
publicados em 1925 pela The New Yorker,
criada nesse ano; para essa mesma revista passou a escrever resenhas
de livros em 1927. Dois anos depois ganhou o prêmio O. Henry pelo
seu conto Big Blod, que a escritora incluiu nos seus livros de
contos: After Such Pleasures
(1933), Here Lies
(1939) e Collected Stories
(1942). Parker seguiu escrevendo contos, poemas e crítica, que foram
publicados no seu país nos anos que se seguiram, sempre com grande
sucesso, o que não ocorria com o que mais gostava, suas peças
teatrais.
Dorothy
Parker também escreveu roteiros para Hollywood, dentre eles a
Star Is Born (Nasce
uma Estrela), com indicação para o Oscar
em 1937 (a escritora passou a detestar Hollywood, a ponto de
recusar-se pronunciar esse nome, substituindo- por “lá”). A
escritora foi amiga e também a contista preferida do erudito crítico
literário norte-americano Edmund Wilson, autor de Axel's
Castle (O
Castelo de Axel).
Quando
Dorothy Parker foi entrevistada pela The
Paris Review, no pequeno quarto do hotel
em que morava, no centro de Nova York, dentre as muitas perguntas,
que lhe fez a entrevistadora da revista, uma foi se é vantagem a
segurança econômica para o escritor; Parker respondeu-lhe:
"Sim.
Ficar dura não faz bem nenhum, a menos que você seja uma espécie
de Keats. Os que escreviam bem nos anos 20 tinham uma vida
confortável. Quanto a mim, gostaria de ter dinheiro. E gostaria de
ser uma boa escritora. Essas duas coisas podem se juntar, e espero
que se juntem, mas, se for pedir demais, prefiro ter dinheiro. Odeio
quase todos os ricos, mas acho que eu seria adorável. No momento,
porém, gosto de pensar na observação de Maurice Baring: “Se você
quer saber o que o Senhor pensa do dinheiro, terá apenas de olhar
para aqueles a quem Ele o dá”. Sei que não ajuda muito quando o
lobo bate na porta, mas é um consolo".
Dorothy
Parker morreu de um ataque cardíaco no Hotel Volney, em Nova York,
em 1967, aos 74 anos, deixando obras poéticas, contos e crítica
literária da maior importância. No Brasil, foi publicado pela
primeira vez o livro de contos Big loira e outras histórias de Nova
York.
Edmund
Wilson, ficcionista e crítico literário famoso, dizia sobre os
contos da talentosa escritora da era do jazz dos anos 20 e 30: “Os
contos de Dorothy Parker continuam hoje tão agudos e engraçados
como na época em que foram escritos." E, para F. Scott
Fitzgerald, Dorothy Parker era "A melhor escritora de sua
geração."
REFERÊNCIA:
PLIMPTON.
George. Escritoras e a arte da escrita.
The, Paris Review. Tradução de Maria
Ignez Duque Estrada. Rio de Janeiro: Gryphus, 2001,
p. 86.
* * *
Bom dia Pedro
ResponderExcluirMais um belo resumo bibliográfico.
Conheço esta Escritora apenas de nome. Nunca li nenhum dos seus livros
Sinto vergonha de dizer isto, mas nós somos tão limitados que se torna de todo impossível abarcar tantos e tão ricos escritores.
Comecei a ler a passada semana Maria Moisés de Camilo Castelo Branco.
Uma preciosidade de linguagem e costumes. Uma escrita afiada na vida da sociedade.
Um abraço e votos de uma boa semana
Olá Pedro,
ResponderExcluirgostei de saber um pouco sobre a vida e obra da escritora.Não conheço sua obra, exceto o filme: Nasce uma Estrela, mas que julgo ser uma gota no oceanos de suas criações.
Fiquei curiosa.Vou incluí-la em minha lista de espera( que só cresce).
Boa semana. Um abraço,
Calu
Muito bom esse resumo.
ResponderExcluirPedro,
você está de acordo com o nosso tempo. Esse tempo em que ninguém tem tempo! Daí pela sua capacidade de síntese, você torna acessível a biogafia de Dorothy e de outros gênios.
Um abraço
Parabéns pela densidade cultural de seu blog.
ResponderExcluirAs suas palavras foram "música" para meu cérebro.
Att.
Olá dr. Pedro, obrigado por mais essa, adorei conhecer a vida desta 'louca' escritora. Se Fitzgerald achava ela a melhor da era do jazz, que posso eu um pobre mortal dizer, senão procurar sua obra para ler.
ResponderExcluirps. Um imenso abraço caro amigo.
Adoro a conversa em frente a porta giratória de Clare Booth Luce (esposa do editor da revista Time) com a Dorothy Parker.
ResponderExcluirA primeira: - As velhas, antes das belas.
Dorothy: - As pérolas, antes das porcas.
O seu blog é bárbaro!!!