– PEDRO LUSO DE CARVALHO
Carlos Drummond de Andrade
Também foi jornalista; desempenhou
importantes cargos nos jornais Diário de Minas, Minas Gerais,
entre outros. Escreveu crônicas, nos anos de 1954 a 1968, para o Jornal
carioca, Correio da Manhã, com o título geral de “Imagens”. Depois
passou para o Jornal do Brasil, onde manteve uma coluna no Caderno B.
Drummond também foi
funcionário público; exerceu funções no Governo de Minas Gerais e depois no Rio
de Janeiro; foi chefe do gabinete do Ministro da Educação, Gustavo Capanema, de
quem era amigo. Integrou a equipe do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Aposentou-se após 35 anos de serviço.
O poeta fez sua estreia em
livro no ano de 1930, com Alguma poesia, Nessa obra, o poeta reuniu
trabalhos que havia começado a produzir a partir de 1925. A crítica literária e
o público leitor recebeu o livro (Alguma poesia) com forte reação, quer de
elogios quer de contrariedade.
Nesse livro, Alguma
poesia aparece alguns modismos, que foram colhidos no modernismo, mas isso
não seria obstáculo para a formação do grande poeta, o de fato aconteceu.
Segue o poema Moinho, de Carlos Drummond de Andrade (in Andrade, Carlos Drummond de. As
impurezas do branco; posfácio Betina Bischof. 1ª ed. São Paulo: Companhia das
Letras, 2012, p.61):
MOINHO
–
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
A mó da morte mói
o milho teu dourado
e deixa no farelo
um ai deteriorado.
Mói a mó, mói a morte
em seu moer parado
o que era trigo eterno
e o nem sequer semeado.
Da morte a mó que mói
não mói todo o legado.
Fica, moendo a mó,
o vento do passado.
* * *
Muito massa
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