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PEDRO LUSO DE CARVALHO
William Butler Yeates nasceu num subúrbio
de Dublim, Sandymount, em 13 de junho de 1865. Presume-se que seus antepassados
chegaram à Irlanda junto com o exército de Cromwell. Eram quase todos eles
comerciantes em Dublin. Seu avô e bisavô foram sacerdotes da Igreja da Irlanda.
O pai de Yeats, John Butler Yeats
(1839-1922) teve uma formação jurídica. Deixou a advocacia para dedicar-se à
pintura, que lhe granjeou grande consideração. A mãe do poeta, Susan Pollexfen,
descendia de uma família próspera; seu pai explorava os ramos de moinho e de
navio.
Nos seus primeiros, Yeats viveu em
Sandymount. O seu pai, que trocou a advocacia pela pintura, mudou-se com a
família – a esposa e os filhos William e Susan Mary – para Londres, em 1867,
onde passou a frequentar a Art School. Em Londres nasceram mais três irmãos do
poeta: Elizabeth Corbet (Lolly), Robert, que faleceu na infância, e John Butler
(Jack), que mais tarde se tornaria pintor famoso.
Mais tarde, quando viermos a transcrever
outros poemas do poeta W. B. Yeats, seguiremos contando um pouco mais de sua
vida e de sua obra poética.
O poema, que escolhemos para esta edição,
de W. B. Yeats, intitula-se: Os Eruditos
(in Poemas de W. B. Yeats. Tradução [e introdução] de Péricles Eugênio
da Silva Ramos. São Paulo: Art Editora, 1987, p. 87):
OS
ERUDITOS
– W. B. YEATS
Cabeças calvas esquecidas dos pecados.
Calvas cabeças velhas, doutas, de respeito,
Editoram, com versos anotados,
Poemas que os jovens, contorcendo-se no
leito,
Rimaram, a sofrer do amor a crueza,
Para incensar o ouvido ignaro da beleza.
Todos tossem em tinta; andam devagarinho;
Todos puem o tapete com o sapato;
Todos pensam igual aos outros sobre um
fato;
Se alguém conhece alguém, conhece-o o seu
vizinho.
Que diriam, Senhor, eles se enfim
Catulo, íntimo seu, vivesse assim?
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