– PEDRO LUSO DE CARVALHO
ÁLVARES DE AZEVEDO, cujo nome completo era Manoel Antônio Álvares de
Azevedo, nasceu em São Paulo a 12 de setembro de 1831. Seus pais, Inácio Manoel
Álvares de Azevedo e D. Luísa Silveira da Nota Azevedo, mudaram-se para o Rio
de Janeiro, em 1833.
Nos anos de 1848-1851, Álvares de Azevedo cursa a Faculdade de Direito
de São Paulo. Convive com Bernardo Guimarães, Aureliano Lessa, José de Alencar.
Em 1849, funda a Associação do Ensaio
Filosófico. Estuda, lê muito e escreve toda sua obra.
Em fins de 1851 e início de 1852, passa em Itaboraí, onde espera
recuperar a saúde. O poeta, no entanto, é assaltado pelo pressentimento da
morte. Então, pensa em mudar-se para Recife e terminar a faculdade, pois sente
que morrerá em São Paulo.
No dia 10 de março de 1852, sofre uma queda ao voltar de um passeio a
cavalo; sente, depois, disso que os sintomas da tuberculose agravam-se. Seus
médicos diagnosticam um tumor na fossa ilíaca, e o operam. Depois da operação
melhora, mas em 25 de abril, desse mesmo ano, vem a falecer, com apenas vinte e
um anos de idade. Foi sepultado no cemitério Pedro II, na Praia Vermelha,
depois seu corpo foi transladado para o Cemitério São João Batista.
Álvaro Lins e Aurélio Buarque de Hollanda dizem que “Álvares de Azevedo
foi talvez o mais bem-dotado de todos os poetas brasileiros”. (In Roteiro Literário de Portugal e do Brasil,
vol. II. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966, p. 106).
Segue o poema de Álvares de
Azevedo intitulado Se eu morresse
amanhã! (In Álvares de Azevedo,
Poesia, Antologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora, 1960, p.
91):
SE EU MORRESSE AMANHÃ!
– ÁLVARES DE AZEVEDO
Se eu morresse amanhã,
viria ao menos
Fechar meus olhos minha
triste irmã;
Minha mãe de saudades
morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto
em meu futuro!
Que aurora de porvir e
que manhã!
Eu perdera chorando essas
coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul!
que doce n’alva
Acorda a natureza mais
louçã!
Não me batera tanto amor
no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que
devora
A ânsia de glória, o
doloroso afã...
A dor no peito emudecera
ao menos
Se eu morresse amanhã!
* * *
Acabo de encontrar um motivo de pesquisa pois na verdade não conhecia o poeta. Obrigada pela sugestão. O poema aqui apresentado justifica uma busca pela obra do autor.
ResponderExcluirLídia
Lídia:
ExcluirVale apena conhecer a obra de Álvares de Azevedo, por sua reconhecida importância.
Obrigado pela visita.
Abraço.
Pedro Luso, ninguém está livre de morrer amanhã. Dado que para morrer basta apenas, estar vivo. No entanto é muito bem imagina e retrata uma época, havia bastante mortes, por tuberculose.
ResponderExcluirDe curiosidade em curiosidade, dado o meu interesse atual pela literatura Lusófona, pesquisarei a obra de Álvares de Azevedo,
Abraços,
Isso é verdade, caro Daniel, nesse período, em que viveu Álvares de Azevedo, a tuberculose tirou muitas vidas.
ExcluirAcho que valerá a pena a pesquisa sobre esse poeta.
Um abraço.
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Belo poema, um clássico da literatura. Parabéns por esse blog, Pedro! Um panorama que merece ser visitado por quem aprecia a boa literatura e pra quem deseja aprender sobre ela.
ResponderExcluirUma noite abençoada!!!!
Obrigado, Sandra.
ExcluirÉ sempre muito bom receber sua visita.
Volte mais vezes.
Abraços.
É sempre bom ler uma das obras de Alvares de Azevedo, que tanto emocionou minha infancia.
ResponderExcluirObrigado, Manuela, pela visita.
ExcluirVolte mais vezes.
Um abraço.