16 de abr. de 2009

LUIS BUÑUEL, MESTRE DO CINEMA

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por Pedro Luso de Carvalho
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Carlos Fuentes, romancista mexicano, em seu livro Este é Meu Credo (ed. Rocco, Rio de Janeiro, 2002) diz como conheceu o extraordinário cineasta o espanhol Luis Buñuel, que ocupa um lugar privilegiado na História do Cinema. Luis Buñuel tem o crédito da direção dos filmes O Anjo Exterminador, A Bela da Tarde, Um Cão Andaluz, O Discreto Charme da Burguesia, Esse Obscuro Objeto do Desejo, O Fantasma da Liberdade, Tristana, Uma Paixão Mórbida, Via Lacta, Veridiana, entre outros.
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A produção FRA/ESP/ITA, de 1972, “O Discreto Charme da Burguesia” (Le Charme Discret de la Burgeoisie), com Direção de Luis Buñuel, tendo como principais protagonistas Fernando Rey e Delphine Seyrig, foi premiado com o Oscar de melhor filme estrangeiro. Mas, voltando a Carlos Fuentes, dele transcrevo um pequeno trecho do que escreveu sobre o cinema de Buñuel, e de como conheceu esse mestre do cinema: .
“Em 1950, eu estudava na Universidade de Genebra e freqüentava um cineclube daquela cidade suíça. No princípio daquele ano, lá assisti, pela primeira vez, 'Um cão andaluz', de Luis Buñuel. O apresentador do filme disse que se tratava de um cineasta maldito, morto na Guerra Civil Espanhola. Levantei a mão para corrigi-lo: Buñuel estava vivo, morava no México e acabara de filmar Os esquecidos, que seria apresentado naquela mesma primavera em Cannes. .
Os esquecidos chegou a Cannes apesar das objeções de servidores pacatos e chauvinistas do governo mexicano, que consideravam o filme ‘um insulto ao México’. Octávio Paz, então secretário da Embaixada do México na França, desobedeceu a desaprovação oficial e pessoalmente distribuiu um lúcido ensaio sobre Buñuel e seu grande filme na entrada do Palácio dos Festivais em Cannes. Buñuel nunca esqueceu esse ato de coragem e generosidade. .
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Conheci Buñuel durante as filmagens de Nazarín em Cuautla. Atuavam no filme minha primeira mulher, Rita Macedo, Marga López e um extraordinário Francisco Rabal, que deu à personagem de Galdós uma aura de ausência mística e uma suave misericórdia que sustentavam maravilhosamente a raiva e a dor final da personagem.
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A essência da religiosidade secreta de Buñuel está em Nazarín. Sua famosa frase “Graças a Deus sou ateu” é não só uma divertida boutade, como também um disfarce necessário para um criador como Buñuel, que interpretou como ninguém a perturbadora frase que Pascal pôs na boca de Cristo: 'Se não me houvesses encontrado, não me procurarias'.
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Nesse sentido - prossegue Fuentes -, Buñuel foi parte de uma das correntes intelectuais mais sérias e inclassificáveis do século XX: o temperamento religioso sem a fé religiosa, sobre o qual testemunham, em graus diversos de temperatura, Camus, Mauriac, Graham Greene e, no cinema, o protestante, para seu desgosto, Ingmar Bergman, e o ateu, com a graça de Deus, Luis Buñuel”.
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8 comentários:

  1. Caro Pedro Luso

    Interessante esta postagem
    sobre o romancista LUIS BUÑUEL
    Gostei de ler este texto.

    Um abraço. Bom fim Semana

    Alvaro Oliveira

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  2. Pedro todos os seus tres blogs são ótimos e de nível maravilhoso. Este que conta um pouco e Buñel, é incrível.

    Obrigada por sua passagem em meu blog, e desejo a vc que tenha também um ótimo final de semana.

    Beijinhos, CON

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  3. Anônimo20:08

    Senhor Imperador, Insolência

    O teu homólogo foi, por que bulas não hás de tu ser?... hahahahaha

    O Buñuel é (foi)... o Buñuel. Uma referência no mundo do Cinema, incontornável, inquestionável. Vi umas quantas vezes, quiçá quatro, o Charme Discreto da Burguesia.

    Tive - uma vez mais... - a grata oportunidade de conhecer o monstro sagrado Fernando Rey. Foi-me apresentado no Circulo Literario ali à Cibele,spelo José Antonio Novais, que indicara para correspondente do DN em Madrid - o que aconteceu. Vida de jornalista aventureiro, sabes...

    Falámos do Buñuel, para Rey Luisito, de Saura - «tambien he trabajado con el» disse-me - e dei-lhe conta da minha admiração pelos três. «Qué dices? Por los dos...»

    Eu, com um sorriso plantado na face, «Macho, tu tambien, por supuesto...» Mucha risa y una botella de Carlos III, viejisimo. Ainda nos voltámos a encontrar, em Lisboa e em Barcelona.

    Pedrão

    Tu fazes-me velhíssimo, gágá mesmo, a caminho dos 68 aninhos. Os teus textos são para ler e reler e mastigar e digerir. Não sei se te agradeça - se te dê um pontapé no fundo das costas, quero dizer no cu. Ou na bunda. Olha: fico-me pela primeira alínea.

    Para ti e para a tua caríssima metade, aqui deixo

    Abs & qjs

    PS (sou, mas aqui é Post Scriptum...) Um destes dias tens de escrever um textículo, com x, para a Travessa. Eu, depois, rabisco umas mal alinhavas linhas para este excelente Panorama. Amor com Amor se paga. Porra! Sem más intenções...

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  4. Anônimo16:51

    ... E ainda tu não leste o «Morte na Picada»... Então, sim, então é que o linguajar é livre, mais do que, safado, impróprio para menores de 183,4 anos, abrenúncio, vade retro Satanas!!!

    E atreve-te a escrever isto no Travessa e vais ver como as mordes... hahahahahahahahaha.

    Resumindo e concluindo: kittos, ou seja, spassiba, quero dizer köszönöm, ou antes, djenkie barzo, até mesmo blago dariah. Até há quem diga xucran.

    Qjs à Senhora Sua Esposa, pessoa caridosa, paciente e bem formada, uma Santa, verdadeiramente a única personagem decente num casal que só o pudor me impede de nomear e abs para o mau da fita lá de casa, um tal Luso.

    ET - Palavra de honra, caros leitores: NÃO FUI EU QUEM PAGOU A PUBLICIDADE... Juro!!!

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  5. Olá, adorei seu blog!

    Posso linkar no meu?

    Bjs!

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  6. Caro Pedro Luso,

    De volta à ativa, sentindo falta dos amigos. Buñel e o pontapé nos traseiros da burguesia, Sérgio Buarque de Holanda cultivando no além as Raízes do Brasil - somos sempre novos e velhos nas quebradas do mundaréu.
    Um grande abraço,
    Brandão.

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  7. Anônimo04:23

    Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. Anônimo07:26

    Fernando Rey, o melhor actor do mundo.
    José Antonio Novais Tomé, gran periodista gallego

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Obrigado a todos os amigos leitores.
Pedro