A MULHER E O TEMPO
- Pedro Luso de Carvalho
Não me esqueci. Foi em Uruguaiana,
naquela fazenda, há muitos anos.
Chora a mulher, ao despedir-se.
O homem promete um dia voltar.
A mulher mantém-se corajosa.
Aceita dos dias os açoites
para que jamais morra a esperança. –
Espera que seu homem não demore.
Da ausência, toma nota a mulher.
Os anos que passam são anotados,
tudo escreve com miúdas letras
nas margens gastas de um velho livro.
Num dia de vento, sente o engodo,
num momento de meditação,
no seu quarto de tristeza e preces:
não voltará o seu esperado homem.
Naquelas margens gastas do livro,
a mulher não faz mais anotações,
alheia com o passar do tempo –
já não tem mais por quem esperar.
Ficaram no rosto da mulher
as tantas marcas cruéis do tempo.
Da longa espera, o aniquilamento –
nada mais há para ser lembrado.
* * * *
Que hermoso has poetizado a la mujer en espera, hasta que llega el momento que esa esperanza muere porque ya no tiene a quien esperar.
ResponderExcluirPrecioso trabajo Pedro, me ha encantado.
Un abrazo y buen fin de semana.
ExcluirOlá, minha amiga Elda!
Fico muito contente ao saber que você gostou deste meu poema, pessoa sensível e talentosa poeta, que você é, leitor que sou dos seus belos poemas.
Meus votos de um ótimo final de semana, com saúde e paz, na sua bela Espanha.
Um abraço.
Pedro,
ResponderExcluirE assim dessa espera
fizeram- os dias e essa linda poesia.
Bjins
CatiahoAlc.
ExcluirObrigado, amiga Cátia, pela visita e comentário. Volte sempre.
Beijo.
Pedro,
ResponderExcluirE assim dessa espera
fizeram-se os dias e essa linda poesia.
Bjins
CatiahoAlc.
Olá, minha amiga Cátia!
ExcluirÉ com muita satisfação que recebo a sua visita e o seu comentário aqui no Panorama (como o é também no Blog Veredas, onde você sempre se faz presente).
Meus agradecimentos à amiga e poeta brasileira.
Votos de uma ótima semana, com saúde e paz.
Beijo.
Olá, amigo Pedro,
ResponderExcluirUm belo poema, onde essa esperança esteve sempre presente no coração dessa mulher, até que um dia, essa esperança se desmoronar,numa triste desilusão.
Gostei muito.
Votos de um excelente fim de semana.
Abraço amigo.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
ExcluirOlá, amigo Mário.
É sempre uma honra receber aqui no Panorama o seu abalizado comentário sobre as minhas postagens, hoje sobre meu poema (A Mulher e o Tempo).
Meu muito obrigado ao poeta português Mário Margarite.
Um ótimo final de semana, com muita saúde.
Grande abraço.
Aqui se lê linda poesia. Gostei muito
ResponderExcluir.
Poéticos cumprimentos … feliz fim-de-semana.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Olá, amigo Ricardo,
Excluiragradeço a ilustre presença do poeta aqui no Panorama.
Um bom final de semana aí no seu belo Portugal.
Grande abraço.
Um poema que conta uma história triste, cheia de desesperança. Uma história igual a tantas outras que acontecem neste mundo.
ResponderExcluirMuita saúde.
Um bom fim de semana.
Um beijo.
ExcluirOlá, Graça!
É sempre com alegria que recebo a sua agradável visita e o seu estimulante comentário.
Obrigado, minha amiga Graça Pires.
Um bom final de semana, no seu belo Portugal.
Um beijo.
Una bellissima poesia che ho molto apprezzato per il contenuto d'amore di una donna che ha aspettato per tanti anni che il marito ritornasse, prendendo appunti dei ricordi vissuti assieme. Quando ha sentito che il marito non sarebbe più tornato, ha smesso di prendere appunti e si è adagiata a vivere dei ricordi che aveva scritto. Poesia molto bella che mette in luce l'amore della donna per il suo uomo. Buona serata amico Pedro. Grazia!
ResponderExcluirPedro Luso de Carvalho12:19
ExcluirOlá, amiga Grazia!
É sempre muito bom ver você por aqui e ler os seus comentários.
Você sempre será bem vinda nos meus espaços.
Uma ótima semana com saúde e paz.
Um abraço, amiga.
ResponderExcluir
Que triste poema, mas belo e verdadeiro, essa é uma das tristes realidades da vida, e não escolhe nacionalidade e nem lugar, pois os humanos são iguais em todos os lugares, a tristeza povoa o mundo, e derrama suas lágrimas onde menos se espera. De tanta luta em busca da felicidade, a desistência se faz muito presente, sem dó.
ResponderExcluirBelíssimo, um beijinho!
"Naquelas margens gastas do livro,
a mulher não faz mais anotações,
alheia com o passar do tempo –
já não tem mais por quem esperar."
ExcluirPois é, Taís, é sempre muito bom receber o teu estimulante comentário aqui no Panorama, como tu sabes, o meu blog mais antigo (2006). Claro, espero que não esqueças também o Veredas, blog que veio depois.
Mas, por falar em blogs, tive a oportunidade de ler no teu blog das Crônicas a tua crônica mais recente, “Onde está o país do futuro ?”que está imperdível, tanto que a li por duas vezes. Logo farei o meu comentário.
Um beijinnho daqui do escritório.
Bom dia, Pedro.Li e reli seu poema. Senti uma tristeza enorme por esta sua personagem, que representa tantas outras mulheres. O tempo foi passando e, ela na esperança de ver seu amado voltando, desanimada e bem acordada percebeu que foi uma ilusão, esperar por um homem sem palavras e sem amor.Tantas histórias semelhantes que se faz necessário acreditar neste modelo. Excelente seu poema realista. Grande abraço!
ResponderExcluirOlá, Marli!
ExcluirUma alegria receber sua visita e seu belo comentário aqui no Panorama, meu outro blog.
O seu comentário, Marli, tem um peso especial em razão de sua formação e por ser Professora de Literatura no seu Estado do Paraná.
Obrigado, amiga Marli Teresinha.
Um abraço.
Qué esperanza y tristeza transmite tu poesía. Muy fuerte, la segunda estrofa es genial para mí. Saludos
ResponderExcluirolá, Rosamaria!
ExcluirFiquei contente com a sua visita e comentário. Sem dúvida, um ótimo retorno ao Panorama. Seja bem-vinda.
Um abraço.