- Pedro Luso de Carvalho
ALUÍSIO DE AZEVEDO (Aluísio Tancredo
Gonçalves de Azevedo) nasceu em São Luís do Maranhão, a 14 de abril de 1857, filho
de uma mulher que havia abandonado o marido, um comerciante português, para
viver com o vice-cônsul de Portugal. Dessa união (concubinato), teve cinco
filhos.
Na casa de sua família havia uma atmosfera
intelectual, que despertou em Aluísio o pendor para o desenho e a pintura.
Na mesma casa comercial onde trabalhou, em
São Luís, estudou as primeiras letras. Deixou sua cidade natal para morar no
Rio de Janeiro, onde seu irmão mais velho, Artur de Azevedo, comediógrafo e
jornalista, fazia grande sucesso. Nessa época, estava com 17 anos de idade, passou
a estudar pintura, na Escola de Belas
Artes.
No Rio, onde passou a residir, Aluísio de
Azevedo começou a trabalhar na imprensa como caricaturista. Trabalhou em O Fígaro, O Mequetrefe e em A Semana
Ilustrada.
Aluísio retorna a São Luís, onde escreve,
em 1881, O Mulato, o primeiro romance
do escritor, que obteve grande êxito. Em O
mulato, o escritor denuncia a corrupção do clero e o preconceito racial, o
que foi motivo para grande irritação da burguesia maranhense.
De volta ao Rio, publica diversas obras e
colabora em jornais e revistas. Depois de algum tempo, presta concurso público
para cônsul; aprovado, serve em Vigo, Nápoles, Tóquio, e depois em Buenos
Aires, onde falece.
Aluísio de Azevedo é a figura principal do
naturalismo no Brasil. Notável observador de costumes e ambientes da sociedade
do Segundo Reinado tinha no folhetim de imprensa o meio de publicação de sua
obra, o que prejudicava edições mais eficientes de sua abundante produção.
Deixou, porém, três ou quatro obras que lhe
asseguraram importante lugar no romance brasileiro. Na obra de Aluísio de
Azevedo há uma significação histórica em paralelo com a significação literária.
Por todos os méritos, foi eleito para assumir uma cadeira na Academia
Brasileira de Letras.
Depois que Aluísio de Azevedo assumiu o
cargo de cônsul, surpreendentemente, abandonou a literatura; os motivos, que o
levaram a tomar essa decisão, nunca ficaram esclarecidos.
Aluísio de Azevedo servia em Buenos Aires, onde
servia como cônsul, e vivia conjugalmente com uma senhora argentina e os dois
filhos desta. O escritor morreu, na capital portenha, em 21 de janeiro de 1913,
aos 57 anos de idade, incompletos.
Suas principais obras: Uma lágrima de mulher (1879), O
mulato (1881), Casa de pensão
(1884), O homem (1887), O coruja (1889), O cortiço (1890), O esqueleto
(1890), Demônios (1893), Livro de uma sogra (1895).
REFERÊNCIAS:
LINS,
Álvaro; HOLLANDA, Aurélio Buarque de. Antologia
da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, vol.
II, 1966.
GONZAGA,
Sergius. Curso de Literatura Brasileira.
Porto Alegre: Editora Leitura XXI, 2004.
* * *
Pedro Luso, estando muito interessado pela cultura do Brasil, tive o ensejo de ter aqui mais uma lição cultural. Desta vez, tomando conhecimento de Aluísio de Azevedo.
ResponderExcluirComecei um novo blog: o SORRISO DE DEUS, destinado o ser um estudo(?), sobre aspetos da colonização do Brasil.
Abraço
Caro amigo e escritor de Portugal, obrigado pela visita.
ExcluirLogo farei minha a visita ao seu novo blog, "Sorriso de Deus", que, como você diz, destina-se a "um estudo sobre aspectos da colonização do Brasil", que é mais um espaço destinado à cultura.
Um abraço.