– PEDRO LUSO DE CARVALHO
ALEXANDER PUSHKIN consagrou-se por ser o maior poeta da língua russa. Além de poeta, foi dramaturgo, romancista e contista. Sua vocação para o verso foi despertado na infância, vocação essa que iria colocar o seu nome no topo da galeria dos grandes poetas, depois que escreveu o romance em versos Evguieni Oneguin – “o início de todos os inícios”, disse Gorki – “mais singular manifestação do espírito russo”, disse Gogol.
Jayme Mason diz, em
seu livro Mestres da Literatura Russa: “A musicalidade de sua poesia,
tão à feição da língua russa, fez com que quase todos os grandes compositores
de sua terra musicassem suas obras, desde Tchaikovsky, Glinka, Rimiski-Korsakov
e outros”.
Alexander Serguievitch Pushkin nasceu em
Moscou a 6 de junho de 1799. Seus pais chamavam-se Serguiei Lvovitch e Nadejda Ossipovna. Pela linha
materna, Pushkin tinha descendência africana.
Seus pais, que tinham posses, deram
condições ao menino Alesander de ter sido criado por Arina Radionoyna, jovem escrava
liberta, que permaneceu com a família; Arina era doce, extrovertida e
conhecedora de contos e de canções
populares.
A família Pushkin usava o idioma francês
tão bem quanto o idioma russo. O menino prestava atenção nas conversas entre
tutores e governantas estrangeiras, e entre adultos, nos salões e nas festas.
Além das facilidades para as duas línguas, tirou proveitos para sua formação no
convívio familiar e social.
Em 1811, o menino Alesander Pushkin foi
admitido no Liceu de Tsarskkoie-Selô, instituição modelar de ensino, onde cada
aluno tinha seu próprio aposento. O Imperador Alexandre I era o patrocinador do
Liceu, que estava situado entre jardins, canteiros floridos e fontes. Entre os
professores, muitos eram da Universidade de São Petersburgo.
Na época em que Pushkin estudava no Liceu de
Tsarskkoie-Selô ocorriam fatos históricos importantes, dentre eles a invasão da
Rússia por Napoleão, o incêndio de Moscou, a entrada do exército russo na
Europa, a tomada de Paris, o exílio de Napoleão. (Mais tarde, também abordaria temas com motivos da História russa.)
Suas criações poéticas começaram no Liceu
Tsarskkoie-Selô, com a história fantástica Russlan
e Ludmila, odes e epigramas diversos, poemas românticos, como O Prisioneiro do Cáucaso, Os Irmãos Bandidos, seu grandioso Cavaleiro de Bronze e muitas outras.
Seria influenciado por Voltaire e Shakespeare.
O romance (em versos) Evguieni Oneguin é sua obra-prima. Na tragédia, Boris Godunov, sua obra-prima, marcou profundamente o gênero. Pushkin
é o fundador da moderna literatura russa. Sua poesia bem demonstra o gênio universal
que é, e que tem o seu lugar ao lado de Dante Shakespeare e Goethe.
Seus pensamentos, expressos de maneira
sintética, simples e clara, sua rima sonora e melódica, usavam de maneira
extraordinária as potencialidades da língua nativa. Ninguém jamais o superaria.
A sua influência se estendeu para outras artes, pela pintura e pela música,
atingindo tal influência aos grandes compositores da Rússia. Quanto ao seu
primeiro modelo, seria Byron, o poeta de Childe Harold’s Pilgrimage, de Don Juan, mestre do lirismo europeu.
Engaja-se na luta pelos ideais da
liberdade, torna-se o porta-voz dos ideais estéticos da juventude e da pobreza
de vanguarda. Sua Ode à liberdade
fere o despotismo e a autocracia. Atrai sobre si a perseguição do tzar, que não
mais lhe daria paz.
Pushkin, que se tornaria o maior poeta
dentre todos os russos, e que serviria de modelo para Dostoievski e e Gogol, passou
a sofrer as humilhações de perenes confinamentos, tendo de apresentar-se
periodicamente a generais, tutores e não podendo deslocar-se sem licença
prévia.
Seria uma tarefa impossível tentar
sintetizar a filosofia e a cosmovisão de Pushkin. Seus ideais poéticos eram
totalmente ligados a seus objetivos artísticos, e seria inviável enquadrá-los
num esquema ideológico ou filosófico.
As figuras masculinas e femininas de Evguieni Oneguin, Oneguin e Tatiana, são
fortemente russas. Ele – a personagem – era modelo do aristocrata desocupado,
ela era conjunção de altos valores de ternura, amor puro, inocência e
fidelidade.
Suas obras chamadas “menores” têm seus
lances e contornos épicos transcendentes. Que melhor estereótipo, de
independência de espírito, de revolta surda contra o establishment do estado, que esmaga o indivíduo enorme, do que o Cavaleiro de Bronze? Obra grandiosa que
ganhou a universalidade.
Pode-se afirmar com segurança que a tragédia
Boris Gudonov, de Pushkin, cabe num lugar ao lado das maiores
criações dos imortais mestres Dante e Shakespeare.
Principais obras: (poesia) O prisioneiro do
Cáucaso, seu primeiro grande poema (1821) Ruslan e Ludmilla, 1820; Ode
à liberdade, 1820; As ciganas,
1824; Eugene Oneguin, 1825-1832; O cavaleiro de bronze, 1833; (peça) Mozart e Sallieri, 1830; Boris
Godunov, 1831;(conto) Damas de espadas, 19xx; Contos de Belkin, 1830; A filha do capitão, 1836 (romance) O negro de Pedro, O Grande (inacabado), 1827.
Alexander Pushkin morreu no dia 27 de janeiro de 1837, depois de ter sido ferido
por um tiro, em duelo que teve com o amante de sua esposa Natália Nicolaievna
Gontchanova.
Com a sua morte, aos 37 anos de idade, a
Rússia pranteava o seu poeta maior. Todos os grandes poetas, romancistas e
contistas russos pósteros, sofreram a influência de Pushkin.
REFERÊNCIA:
MASON, Jayme. Mestres da Literatura Russa. Rio de
Janeiro: Objetiva, 1995.
* * *
Pedro Luso, apesar ter algum conhecimento de Alexander Pushkin, apreciei muito esta sinopse (?). Bem assim as referências aos seus grandes mestres, focando bem as suas referências de grande escritor. Curiosa a origem do seu precoce passamento - devido a traição que duelo, de certo modo, comum na Europa da época.
ResponderExcluirAbraço
Mais uma vez tenho a satisfação de receber a visita do escritor português, Daniel Costa, que vem prestigiar mais um trabalho sobre Literatura, desta vez o grande Pushkin.
ExcluirObrigado, amigo.
Grande abraço.
Dele, conheço apenas o romance "A filha do Capitão" Vou daqui com mais luzes.
ResponderExcluirAbraço
Graça
Obrigado, Graça, pela visita.
ExcluirUma das edições da obra de Pushkin, aqui no Brasil, foi "Contos de Belkin", pela Editora Nova Alexandria, em 2003. Como gostei de todos os contos desse livro, recomendo.
Um abraço.
Ótimo post Pedro! que me fez conhecer um pouco mais desse poeta, e ainda me fazer querer saber mais...Amo poesia!!!
ResponderExcluirAbraços e tenhas uma ótima semana!!!
http://simplesmentelilly.blogspot.com.br/
Obrigado, Lilly. Seja bem vinda.
ExcluirTambém desejo a você uma ótima semana.
Abraços.