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PEDRO LUSO DE CARVALHO
MICHAEL
FARADAY nasceu no dia 22 de setembro de 1791, nas proximidades de
Londres. A profissão de ferreiro de seu pai, não lhe dava condições
financeiras para manter o filho na escola. Faraday anotou no seu
diário: “Minha instrução foi das mais ordinárias, consistindo
em pouco mais que rudimento de escrita e aritmética numa escola
comum. As horas fora da escola, passava-as em casa ou na rua”. Aos
13 anos trabalhou como mensageiro de uma livraria; aí trabalhou como
aprendiz de encadernador, dos 14 aos 21 anos.
Um
dos proveitos que Faraday tirou de seu modesto emprego foi o de
trabalhar numa livraria, cujo proprietário, o senhor Riebau, deixava
livros à sua disposição. No seu diário, Faraday escreveu:
“Durante meu aprendizado – de encadernador – gostava de ler os
livros científicos que me caiam nas mãos, e entre eles as
Conversations
in Chemistry de
Macet, assim como os tópicos sobre eletricidade da Enciclopédia
Britânica. Daí foi um passo para que comparecesse a algumas
palestras sobre química proferidas por Sir Humphrey Davy, cientista
famoso, e de tudo tomava notas muito exatas.
Com
21 anos, Faraday passa de aprendiz para encadernador, mas, não se
sentindo realizado com seu trabalho, procurou o cientista famoso e
mostrou a ele todas as anotações que fizera de suas palestras;
assim, o vaidoso cientista, Sir Humphrey Davy, contratou-o para ser
seu secretário. Faraday trabalhou apenas alguns meses para Davy, que
o dispensou. Pouco tempo depois, o cientista reconsiderou essa
dispensa e contratou Faraday para ser assistente de laboratório,
trabalho esse que o estimulou a dedicar-se à ciência pura, todas as
horas possíveis de seus dias.
Faraday
fez uma viagem pela Europa com Davy, que durou dois anos. De volta a
Londres, Faraday dedicou-se então exclusivamente ao trabalho no
laboratório de Sir Humphrey Davy. Aí fez experimentos de química,
eletroquímica e metalurgia; estudos que deu-lhe a reputação de
cientista: descobriu o benzeno, produziu o primeiro aço inoxidável,
foi o primeiro a liquefazer muitos gases; e, mais: descobriu as leis
da eletrólise e as leis da rotação magnética do plano da luz
polarizada.
Michael
Faraday raciocinou – escreveu Herbert Kondo – que se um pólo
magnético tivesse liberdade de se mover, deveria girar em volta do
condutor, devendo ser verdadeiro também o contrário. O próprio
condutor deveria ser capaz de girar em torno do pólo magnético. Em
seguida Faraday realizou as famosas experiencias que o levariam a
descobrir os princípios básicos do motor elétrico. Por essas
descobertas, foi indicado para a Royal Society - movido pela inveja,
Davy tinha votado contra -; mesmo assim, foi eleito em 1824.
Depois
de ter descoberto o princípio básico do gerador elétrico, Faraday
estava próximo da indução de uma corrente elétrica contínua. Em
outras experiencias de indução eletromagnética Faraday dá ao
mundo o primeiro transformador elétrico, e produziu o primeiro
dínamo. Os resultados dessas experiencias foram comunicados à
Sociedade Real; mais tarde publicou a primeira parte de suas
experiencias no Experimental Researces in Electricity.
O
cientista nascido na pobreza e sem estudos – escreve Herbert Kondo
– era agora professor vitalício da Royal Institution e vivia em
Hampton Court. Faraday celebrizou-se como o experimentador que
descobriu a indução da eletricidade. E foi um dos grandes
fundadores da física moderna. A 25 de agosto de 1867 Michael Faraday
morre em paz em sua cadeira de estudo, sem se dar conta do tumulto
que provocaria a questão de saber se era supremo o campo ou a
partícula.
REFERENCIA:
KONDO,
Herbert. Cientistas
Famosos.
Scientific
American.
Tradução de José Reis. São Paulo: Ibrasa, 1961.
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