O dia 5 de maio assinalou dezesseis anos da morte do poeta gaúcho Mário Quintana, que, inobstante isso, parece estar ainda entre nós; pelo menos é isso o que sinto, principalmente quando ando pela Rua da Praia e passo pela praça da Alfândega, próxima à rua Caldas Junior, onde fica o prédio do jornal Correio do Povo, onde o poeta trabalhava.
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Presto minha homenagem ao Mario Quintana, poeta que é um dos orgulhos do povo gaúcho, postando a crônica de TAÍS LUSO, que tomei emprestada de seu blog PORTO DAS CRÔNICAS:
O MEU POETA MARIO QUINTANA - Taís Luso de Carvalho
Revelo que aprendi a gostar de poesia através de Mário Quintana. E como é delicioso ler seus poemas quando estamos tristes e amargas... Por sermos acarinhadas e envoltas por doces palavras, a tristeza vai se dispersando e a alma vai ficando leve...
Quando leio Quintana, sinto um poeta que entendeu a vida de uma maneira única, que falava da solidão, da bondade e da felicidade com a mesma tranquilidade que falava na sua doce prometida – a morte.
Falava com a sabedoria de quem não apenas passou pela vida; mas deixou que a vida passasse, que rolasse e que esperneasse... E seguia ele com suas musas, com seus sonhos e quem sabe com seus devaneios...
E que delícia são seus poemas que falam de tudo, de uma maneira translúcida, com uma deliciosa ironia e um sarcasmo ferino! Mas assim era ele; dava a impressão de que brincava com a vida.
Já andei esbarrando com muitos escritores nos shoppings, em livrarias, na Feira do Livro e nos eventos culturais de Porto Alegre, e olhava ali... olhava lá... Via todos, falei com alguns, mas nunca vi o meu poeta. Nunca pude dizer: olha ali o Quintana!!
Mas não sei se ao vê-lo não ficaria muda e parada! Sim, porque quem conheceu o poeta – ao menos pela televisão – lembra de sua ironia refinada e surpreendente. Dava seu recado sem tradução, e a gente que se virasse, que aprendesse a captar o espírito da coisa.
Aprendi com ele a ver as belezas de Porto Alegre, suas ruas antigas, suas ladeiras, a beleza do vento numa tarde de outono. Aprendi a amar a nossa gente. Aprendi como é linda a simplicidade. Aprendi que é na simplicidade que conseguimos tocar todas as almas. E ele conseguiu. E como conseguiu!
Quando leio o seu poema O Mapa, lembro que também passei pelas mesmas esquinas esquisitas, talvez as mesmas moças eu vi... E caminhei pelas mesmas ruas que ele caminhou. Também já pensei, se no dia em que eu for poeira ou folha lavada, também farei parte do nada?
Seus poemas consolam. Aprendi que um dia, quando a morte chegar de mansinho e disser: Anda, vem dormir... Talvez eu já esteja preparada.
Levarei a mágoa de nunca ter visto meu poeta de perto, levarei um ciúme de não ter sido uma de suas musas... Quem não gostaria de inspirar o poeta em suas noites de solidão e talvez de agonia, fazendo parte de seus eternos rabiscos?
Mas depois de ter lido muitos de seus poemas até já perdi minha aflição: que eu passarei e todos passarão, é certo: só não se repetirá o que aconteceu no dia em que Deus o levou: fez dele um PASSARINHO!
Quando leio Quintana, sinto um poeta que entendeu a vida de uma maneira única, que falava da solidão, da bondade e da felicidade com a mesma tranquilidade que falava na sua doce prometida – a morte.
Falava com a sabedoria de quem não apenas passou pela vida; mas deixou que a vida passasse, que rolasse e que esperneasse... E seguia ele com suas musas, com seus sonhos e quem sabe com seus devaneios...
E que delícia são seus poemas que falam de tudo, de uma maneira translúcida, com uma deliciosa ironia e um sarcasmo ferino! Mas assim era ele; dava a impressão de que brincava com a vida.
Já andei esbarrando com muitos escritores nos shoppings, em livrarias, na Feira do Livro e nos eventos culturais de Porto Alegre, e olhava ali... olhava lá... Via todos, falei com alguns, mas nunca vi o meu poeta. Nunca pude dizer: olha ali o Quintana!!
Mas não sei se ao vê-lo não ficaria muda e parada! Sim, porque quem conheceu o poeta – ao menos pela televisão – lembra de sua ironia refinada e surpreendente. Dava seu recado sem tradução, e a gente que se virasse, que aprendesse a captar o espírito da coisa.
Aprendi com ele a ver as belezas de Porto Alegre, suas ruas antigas, suas ladeiras, a beleza do vento numa tarde de outono. Aprendi a amar a nossa gente. Aprendi como é linda a simplicidade. Aprendi que é na simplicidade que conseguimos tocar todas as almas. E ele conseguiu. E como conseguiu!
Quando leio o seu poema O Mapa, lembro que também passei pelas mesmas esquinas esquisitas, talvez as mesmas moças eu vi... E caminhei pelas mesmas ruas que ele caminhou. Também já pensei, se no dia em que eu for poeira ou folha lavada, também farei parte do nada?
Seus poemas consolam. Aprendi que um dia, quando a morte chegar de mansinho e disser: Anda, vem dormir... Talvez eu já esteja preparada.
Levarei a mágoa de nunca ter visto meu poeta de perto, levarei um ciúme de não ter sido uma de suas musas... Quem não gostaria de inspirar o poeta em suas noites de solidão e talvez de agonia, fazendo parte de seus eternos rabiscos?
Mas depois de ter lido muitos de seus poemas até já perdi minha aflição: que eu passarei e todos passarão, é certo: só não se repetirá o que aconteceu no dia em que Deus o levou: fez dele um PASSARINHO!
POEMINHA DO CONTRA
Todos esses que aí estão
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão... Eu passarinho!
Seus blogs:
Taís, Quintana escrevia com as mãos de um anjo tocando-lhe os ombros e sussurrando bem baixinho aos seus ouvidos.
ResponderExcluirEscrevia a olhar para uma flor, como quem vê crianças brincando.
Inscrição para uma lareira
A vida é um incêndio: nela
dançamos, salamandras mágicas.
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantemos a canção das chamas!
Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida.
(Mario Quintana - in: Nova Antologia Poética)
Beijinhos a ti e ao Pedro, meus amigos
Taís, seu texto ficou de uma doçura incrível, e mesmo quem nunca tenha lido o Quintana, quererá lê-lo.
ResponderExcluirDele gosto muito do poema "DAS UTOPIAS"
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos se não fora
A mágica presença das estrelas!
Bjs
Paulo Luso,
ResponderExcluirAinda há pouco tempo evoquei um dos pensamentos deste Poeta num dos meus blogs. É um doce linimento para o espírito a companhia da Obra dele!
Leio sempre os seu blogs, mas hoje vou parar um pouco para lhe dizer que decidi partilhar consigo o Selo do «Prémio Dardos», que está à sua disposição no m/blog ALFOBRE.
Aceite o meu abraço, com muita simpatia e, desde já o meu obrigado pelos excelentes textos que continua publicando, com os quais bastante tenho aprendido.
César Ramos
Tais e Pedro,
ResponderExcluirGosto de um poema do Quintana que aprendi quando era menino, e que sei de cor:
"Aonde irá dar esta procissão de postes, unidos pelos fios, todos na mesma solidão?"
Bem cosmopolita, não acham? Não há mesmo nada mais urbano do que a solidão, tão bem representada pela imagem da pseudo-união dos postes pelos fios. gualzinho a cada um de nós nestas imensas cidades onde vivemos.
Abraços aos amigos,
Cesar
Pedro
ResponderExcluirO poeta, o escritor, quando partem...ficam sempre presentes na sua obra...e Mário Quintana foi e é GRANDE...por isso, não morrerá nunca! Pertence ao grupo daqueles "que se libertaram da lei da morte" no dizer do nosso Luis de Camões...
Taís
Sempre a suspreender-me... Um texto completo sobre o homem , o poeta e a sua obra...
Mário Quintana cresce ainda mais neste tua crónica... e tenho a certeza, se ele estiver lendo o que escreveste, esteja ele onde estiver...há-de dizer: Como é que eu deixei escapar esta musa??
Beijos para os dois
Graça
Pedro Luso de Carvalho,
ResponderExcluirImperdoável ter trocado o seu nome pelo de Paulo!
Devia ter na ideia a cidade de S.Paulo, onde tenho familiares a viver desde há imensos anos!
Espero que na sua competência de Jurista, considere improcedente este lapso, praticado de forma não tentada!
Tinha de emendar o erro e, uma vez mais..., apresento as m/s desculpas.
Um grande abraço
César
Ao PEDRO LUSO, meu maridão que me surpreendeu ao trazer para o Panorama a minha crônica para Quintana, deixo um grande beijo, aqui no ar!
ResponderExcluirTais, também Luso!
MALU, querida, muito obrigada pelo teu comentário, diria que Quintana era tão único em seus poemas que sabia a hora de ser meigo e a hora de ser meio irônico. Enfim, de brincar com a vida.
ResponderExcluirBeijão
Tais
PAULA, obrigada amiga, quando o sentimento nasce espontâneo as coisas ficam bonitas, não?
ResponderExcluirObrigada pelo teu carinho. Adoro este poeminha ‘Das Utopias’, também.
beijos
Tais
CÉSAR RAMOS, muito obrigada, fui conhecer seu ótimo blog e já fiquei de sua seguidora.
ResponderExcluirBeijo
Tais
GRAÇA, querida amiga, pois é... não fui sua musa; que fique pra outra vez, quem sabe lá... Obrigada pelo teu carinho, sempre muito visível.
ResponderExcluirBeijão
Tais
CESAR CRUZ... Oi amigo! És daqueles amigos fiéis! Obrigadíssima pelos teus comentários, sempre ótimos.
ResponderExcluirBeijos
tais
Boa noite, meu bem!
ResponderExcluirGrata por sua preciosa visita!
Eu amo o Quintana!
"Você é como uma reunião de chocolate
Tem talento, tem prestígio...
... Vale mais que ouro branco,
Brilha mais que diamante negro,
E quem tem sua amizade pede bis!!!" (Deffanny)
Bjkas, muuuuitas!Pra lindona também!!!
Sônia Silvino
Pedrão
ResponderExcluirPasso a vida nisto: dar parabéns aos dois Lusos (que também são de Carvalho). Mesmo assim, apesar de chato/repetitivo, aqui vão de novo.
E no caso presente, penso que já vos disse que tive a imensa sorte (e alguma diligência para) de me encontrar com o GRANDE QUINTANA e com ele ter conversa inesquecível.
Tudo junto, resumindo e concluindo: passar pelos vossos blogues é como ir beber água à fonte. E, de quando em vez, umas caipirinhas também sabem muito bem.
Qjs & abs convenientemente repartidos
Meu amor por Quintana é mais que declarado, - você e Taís já sabem disso.
ResponderExcluirRECORDO AINDA
Recordo ainda... e nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...
Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...
Estrada afora após segui... Mas, aí,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:
Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!...
Mario Quintana
Bjs procê e pra Taís. Inté!
SÔNIA, querida, sempre atenciosa com os amigos, levando carinho a cada postagem!
ResponderExcluirMoras no nosso coração.
Um grande beijo, do tamanho do nosso Rio Grande.
Tais Luso
Oi, HENRIQUE, obrigada pelas tantas visitas aos nossos blogues...
ResponderExcluirE como são agradáveis teus comentários inteligentes!
Obrigada por comentar minha crônica, novamente aqui no Panorama do teu amigo.
Beijos e queijos, como dizes
Tais Luso
JU, bela poeta que escreve com tanta sensibilidade...
ResponderExcluirMil beijos, querida, sempre meu obrigada pelo teu carinho.
Tais Luso
taís,
ResponderExcluirmario quintana meu poeta maior!
devoro tudo de sua linda obra. e sei tudo a seu respeito.
parabéns ao predro por traze-la aqui.
beijos.
Pedro, bom dia.
ResponderExcluirNessa data fiz uma homenagem ao meu poeta maior Quintana tbm.
Sem duvidas, é um dos meus favoritos.
Belo post, belo blog.
Um grande abraço!
Pedro, acabei lendo esta crônica da Tais aqui... e olha que não saio do Porto Das Crônicas...Me emocionei com tamanha declaração de amor ao poeta morto...
ResponderExcluirJá roubei esta também...
Para LEGALMENTE LOIRA:
ResponderExcluirOi, Rita, obrigada e bom saber que gostas do poetinha, não tem coração que ele não toque!
Vi no teu blog várias postagens de Mário.Que lindo.
Um beijão
tais
Sil, já viste que estou seguindo teu blog, e olha aí mais uma seguidora do poeta... Fico feliz, por teres gostado.
ResponderExcluirUm beijo.
Tais
Sueli, amiga querida, sei que não sais do Porto das Crônicas e dos nossos e-mails via WEB. Imagine se morássemos na mesma cidade. Um beijo daqui do Panorama, que não é meu, meu é o dono! rsrs
ResponderExcluirtais