– PEDRO LUSO DE CARVALHO
Escrevi neste espaço sobre a criação da conceituada The Paris Review, bem como sobre as suas famosas entrevistas, que
foram publicadas originalmente em Paris, com a coordenação de Malcolm Cowley.
No Brasil, o livro levou o título de Escritores em Ação, e foi publicado pela
Paz e Terra, em 2. ed., em 1982, com tradução de Brenno Silveira. Neste livro,
encontram-se entrevistas concedidas por grandes nomes da literatura. A
entrevista feita com T. S. Eliot é mais uma das que deram prestígio à revista
famosa. Os temas abordados nessa entrevista, poesia e dramaturgia, certamente
interessarão a escritores dessas áreas, e, de modo especial, aos novos
escritores – poetas, principalmente. Apenas os trechos mais importantes serão
transcritos nesta edição. Antes, porém,
vamos falar um pouco da vida e obra do entrevistado.
T. S. Eliot, é o nome literariamente adotado por Thomas Stearns Eliot. O
escritor norte-americano nasceu em St. Louis, Missouri, em 26 de setembro de
1888, onde viveu até a idade de 18 anos. Filho de uma família ilustre de
Boston, não teve dificuldade em ingressar, em 1906, na universidade da elite
norte-americana, Harvard. Aí concluiu com brilhantismo, em quatro anos, o curso
de medicina. Depois, nessa mesma universidade, obteve o seu título de doutor em
filosofia. Mais tarde, tornar-se-ia um dos poetas modernos mais discutidos na Europa
e nos Estados Unidos, com poemas de excepcional qualidade, como é o caso de A
Terra Devastada (1929). Eliot também foi responsável por importantes ensaios e
peças para o teatro, dentre elas, Assassinato
na Catedral (1935). A sua morte, em 4 de janeiro de 1965, na Inglaterra,
deixaria uma importante lacuna dramaturgia e na literatura.
Mas, voltando um pouco no tempo, vemos que T. S. Eliot passou a residir
na Inglaterra, no ano de 1914. Após a deflagração da Primeira Guerra Mundial,
lecionou filosofia na conceituada universidade de Oxford. Com 25 anos, Eliot
resolveu que não mais voltaria a morar nos Estados Unidos. Então, escolheu a
Inglaterra como sua nova residência; esta, seria a sua residência definitiva.
Quando contava com 39 anos de idade, no ano de 1927, Thomas Stearns Eliot
tornou-se cidadão britânico. No ano de 1948,
Eliot recebe o Prêmio Nobel de Literatura.
T. S.
Eliot dizia, no que respeitava à sua nacionalidade: "My poetry wouldn’t be what it is if I’d been born in England, and it
wouldn’t be what it is if I’d stayed in America. It’s a combination of things. But in its sources, in
its emotional"; isto é: “Minha poesia não seria o que é se eu tivesse nascido na
Inglaterra, e não seria o que é se eu tivesse permanecido nos Estados Unidos. É
uma combinação de coisas”.
Passando agora à entrevista, que concedeu à The Paris Review, em Nova Iorque, no ano de 1957, no apartamento de
Louis Henry Cohn, da House of Books, Ltd.,
que era amiga do casal Eliot, vamos sentir as manifestações do escritor famoso
sobre a poesia e a dramaturgia, começando por sua primeira resposta à pergunta
feita pelo entrevistador: Quando o Sr. Começou a escrever versos em st. Louis,
quando era menino?
Comecei, creio, aos
quatorze anos de idade – responde Eliot -, sob a inspiração de Omar Khayyam, de
Fitzgerald, a escrever várias coisas muito soturnas, ateístas e desesperançadas
no mesmo estilo, as quais, felizmente suprimi por completo – de modo tão
completo que já não mais existem. Eu jamais as mostrei a ninguém. O primeiro
poema aparecido foi publicado, pela primeira vez, no Smith Academy Record e, mais tarde, no Harvard Advocate, escrito como um exercício para o meu professor de
inglês, e era uma imitação de Ben Jonson. Ele o achou muito bom para um rapaz
de quinze ou dezesseis anos. Depois, escrevi alguns em Harvard, apenas os
suficientes para candidatar-me a redator do The
Harvard Advocate, o que me dava prazer. Depois, houve uma erupção , durante
meus primeiros e últimos anos na universidade. Tornei-me muito mais prolífico, sob
a influência de Baudelaire e, a seguir, de Jules Laforgue, que descobri, creio,
em meu penúltimo ano de 'college' em Harvard.
Depois, respondendo à pergunta se sabia,
quando era estudante, de poetas mais velhos, e qual a diferença entre eles, bem
como a Pound e Stevens, e os de sua época, responde:
Creio que constituiu uma
vantagem não existirem quaisquer poetas na Inglaterra ou na América por quem a
gente se interessasse de maneira particular. Não sei como seria, mas julgo que
seria uma distração um tanto incômoda ter-se uma porção de presenças
dominantes, como o senhor as chama, em volta da gente. Felizmente, não éramos
importados uns pelos outros.
E sobre pessoas como Hardy e Robinson, tinha consciência delas?
Eu tinha - diz Eliot -
uma ligeira consciência da existência de Robinson, pois lera um artigo a
respeito dele, no The Atlantic Monthly,
que citava alguns de seus poemas, mas não era uma coisa que me inebriasse.
Hardy mal era conhecido, na época, para que fosse tido como poeta. A gente lia
seus romances, mas suas poesias só se destacaram durante a geração posterior.
Havia Yeats, mas era o Yeats dos primeiros tempos. Aquilo era demasiado
crepuscular para mim. Não havia, realmente, nada, exceto os da década de 1890,
que tinham morrido todos devido à bebida, ao suicídio ou a uma dessas coisas.
O senhor e Conrad Aiken não se ajudavam mutuamente com poemas, quando
eram redatores do Advocate?,
pergunta-lhe o entrevistador; Eliot, responde: “Éramos amigos, mas não creio
que tenhamos influenciado, de modo algum, um ao outro. Quanto a que se referia
a escritores estrangeiros, ele se interessava mais pelos italianos e espanhóis,
ao passo que eu me voltava inteiramente para os franceses.”
E, depois, Eliot responde
à pergunta feita sobre Conrad Aiken e Pound. “Aiken era um amigo muito
generoso. Certo verão, em que eu estava em Londres, em companhia de Harold
Monro e outros, ele tentou fazer com que publicassem alguns de meus poemas, mas
sem resultado. Mais tarde, em 1914, creio, estávamos ambos em Londres, durante
o verão. E ele me disse: Vá ver Pound. Mostre-lhe seus poemas. Ele achava que
talvez Pound os apreciasse. Aiken gostava deles, embora fossem muito diferente
dos seus.
Sobre as circunstâncias
de seu primeiro encontro com Pound, diz Eliot:
Creio que fui eu quem o
visitou primeiro. Penso que causei boa impressão, em sua pequena sala
triangular em Kensington. Disse-me: "Mande-me seus versos". E depois,
escreveu-me: "Isto é tão bom como as melhores coisas que tenho lido. Venha
cá para falar comigo a respeito". Em seguida, ele os encaminhou a Harriet
Monroe, que dedicou algum tempo a lê-los.
É verdade que por ocasião do seu sexagésimo aniversário, o senhor se
refere aos versos de Pound como sendo comoventemente incompetente.
Ah! Isso foi um pouquinho
atrevido, não foi? Bem, eu, na verdade, não apreciei o que lhe foram
apresentados. Aquilo me parecia um tanto fantasioso e romântico coisa assim do
tipo capa-e-espada. Quando fui visitar Pound, não era, particularmente, um
admirador de sua obra, e, embora eu a encare, hoje, como bastante realizada,
estou convencido de que as suas grandes coisas só se encontram nos seus
trabalhos posteriores.
Perguntado se foi beneficiado, de um modo geral, pela crítica que Ezra
Pound fez aos seus poemas, e se Pound cortou alguns outros poemas, Eliot
responde:
Sim. Naquela época, sim.
Ele era um crítico estupendo, pois não procurava transformar a gente numa
imitação dele próprio. Procurava ver o que a gente estava procurando fazer.” E
sobre a pergunta a Eliot, se já procurou reescrever versos de alguns de seus
amigos, dentre eles Ezra Pound, responde: “Não me lembro de nenhum exemplo
disso. Claro que, nos últimos vinte e cinco anos, aproximadamente, fiz inumeráveis
sugestões quanto a manuscritos de jovens poetas.
Tenho outra pergunta a fazer acerca do começo da carreira de Pound e do
senhor. Li, em algum lugar, que o senhor e Pound, mais ou menos aos vinte anos,
tinham decidido a escrever quartetos, porque o 'vers libre' fora demasiado
longe. Eis a resposta de Eliot: “Creio que foi Pound quem disse isto. E a
sugestão de escrever quartetos era dele. Ele me colocou em Emaux et Camées (Poemas de Teófilo Gautier).
Sobre a pergunta feita sobre as ideias de T.S. Eliot, e sobre a relação
forma-tema, bem como se a forma era escolhida antes de saber bem o que iria
escrever, Eliot responde: “De certa maneira. A gente estudava originais.
Analisávamos os poemas de Gautier e, depois, pensávamos: “Tenho acaso a dizer
nesta forma que seja útil?” E experimentávamos. A forma dava ímpeto ao
conteúdo.”
E, quanto à pergunta sobre os 'vers libres' , se teria sido essa a forma
que escolheu para empregar em seus primeiros poemas, essa foi sua resposta:
Meus primeiros 'vers
libres', claro, foram praticados com o intuito de praticar a mesma forma
empregada por Laforgue. Isto significava simplesmente rimar versos de extensão
irregular com as rimas recaindo em lugares irregulares. Não era algo tão
'libre' como muitos versos, principalmente o que Ezra Pound chamava 'amygism'
(referência a Amy Lowell, que captou e transformou o imaginismo). Não creio que
a boa poesia possa ser produzida numa espécie de tentativa política tendente a
por abaixo alguma forma existente. Acho que ela apenas suplanta. As pessoas
descobrem uma maneira em que podem dizer algo. ”Não posso dizê-lo assim; que
modo poderei descobrir para fazê-lo?” A gente, realmente, não se 'importa' com
os modos existentes.
Penso que foi depois de Prufrock' e antes de Gerontion – pergunta-lhe o entrevistador -, que o senhor escreveu
os poemas em francês que aparecem em seus Poemas Completos. O que levou o
senhor a escrevê-los? Escreveu outros, desde então?
Não, e jamais o farei.
Aquilo foi uma coisa muito curiosa que não posso explicar satisfatoriamente.
Naquela época, eu tinha a impressão de que minhas ideias haviam secado
completo. Fazia já algum tempo que eu não escrevia nada, e me sentia um tanto
desesperado. Pus-me a escrever algumas poucas coisas em francês, e constatei,
naquela altura, que 'podia' fazê-lo. Creio que foi quando eu estava escrevendo
os poemas em francês que comecei a não levar a coisa tão a sério, verificando
que, dessa maneira, não me sentia tão preocupado ante o fato de não ser capaz
de escrever.
Depois responde sobre a fase em que escreveu em francês:
Fiz aquelas coisas como uma espécie de 'tour de force', para ver o que
podia fazer. A coisa continuou durante alguns meses. O que de melhor escrevi já
havia sido publicado. Devo dizer que Ezra Pound os examinou, e que Edmond
Dulac, um francês que conheci em Londres, me ajudou um pouco. Deixamos de lado
alguns deles, e creio que desapareceram por completo. Depois, subitamente,
comecei a escrever de novo em inglês, e perdi todo o desejo de continuar em
francês. Penso que isso foi algo que me ajudou a recomeçar.
E conclui o episódio de sua vida de escritor bilíngue, quando pensou em
mudar-se para Paris e escrever seus livros apenas em francês:
Não sei de caso algum em
que alguém haja escrito grandes ou mesmo excelentes poemas, igualmente bem em
dois idiomas. Acho que a linguagem deve ser aquela em que a gente se exprime na
poesia, e que, para isso, é preciso que se renuncie à outra. Sou de opinião,
além disto, de que a língua inglesa possui, na verdade, sob certos aspectos,
mais recursos que a língua francesa. Penso, noutras palavras, que eu,
provavelmente, me sairia muito melhor em inglês do que em francês, mesmo que me
tornasse tão competente em francês como os poetas a que o senhor se referiu.
T. S. Eliot responde à pergunta sobre planos para novos poemas:
Não, não tenho planos
para coisa alguma, no momento, mas gostaria, logo que me livrasse de The Elder Statesman passei apenas pelas
provas finais, pouco antes de deixarmos Londres, de entregar-me a alguns
escritos em prosa, no gênero da crítica. Nunca penso mais do que um passo à
frente. Se desejo escrever outra peça teatral ou escrever novos poemas? Não
sei, enquanto não descubro que desejo fazê-lo.
E sobre a pergunta se tem algum poema por terminar e que tente
terminá-lo, diz:
Não, não tenho muita
coisa. Via de regra, para mim, algo não terminado é alguma coisa que bem
poderia ser inutilizada. É melhor, se há alguma coisa nela que eu talvez
pudesse usar alhures , deixá-la no fundo da memória, no fundo de uma gaveta. Se
eu a deixo numa gaveta, ela permanece sendo a mesma coisa, mas, se está em
minha mente, poderá transformar-se em algo diferente. Como já disse antes,
Burnt Norton começou com fragmentos que tinham de ser extirpados de Murder in the Cathedral. Aprendi, em Murder in t 'Murder in the Cathedral,
que não adianta escrever versos bonitos que a gente julga ser boa poesia, se
não houver ação neles. Foi aí que Martin Browne se tornou útil. Ele teria dito:
Há aqui belos versos, mas nada tem que
ver com o que está se passando no palco.
Sobre a pergunta, se com frequência escreve poemas em parte, responde:
Sim, como The Hollow Men, eles
se originaram de poemas isolados. Tanto quanto me lembro, uma ou duas das
primeiras partes em rascunho Ash
Wednesday foram publicados no 'Commerce', ou em outro lugar, Depois, a
pouco e pouco, vim a encará-los como constituindo uma sequência. Essa foi a
única maneira pela qual minha mente parece ter trabalhado, durante todos esses
anos, poeticamente – fazendo as coisas separadamente e, depois, tendo eu visto
a possibilidade de fundi-los, modificando-os, e fazendo deles uma espécie do
todo.
Indagado sobre seus hábitos de escrever, Eliot responde a pergunta, se
escreve à máquina.
Em parte. Um bom trecho
de minha nova peça. The Elder Statesman,
foi escrito a lápis, de maneira bastante tosca . Depois, eu próprio a
datilografei, e em seguida minha esposa também. Ao datilografar, faço
modificações, bastante grandes. Mas, quer escreva a mão ou datilografe, uma
composição de qualquer tamanho – como, por exemplo, uma peça teatral –
significa para mim horas regulares de trabalho, digamos, das dez à uma.
Constatei que três horas por dia é tudo o que posso fazer quanto a uma
composição eficiente. O polimento posso fazer mais tarde. Sinto, não raro, que
eu desejaria prosseguir, mas quando examino, no dia seguinte, o que produzi
após três horas de trabalho, nunca acho a coisa satisfatória. É muito melhor
parar e pensar em algo inteiramente diferente.
Eliot responde à pergunta se já escreveu de acordo com um plano os seus
poemas não dramáticos, como os Four
Quartets:
Só versos ocasionais. Os
'Quartets' não foram planejados. O primeiro, claro, foi escrito em 1935, mas os
três escritos durante a guerra foram compostos devido a impulsos de momento. Em
1939, se não tivesse havido uma guerra, eu teria, provavelmente, tentado
escrever outra peça teatral. E penso que foi uma coisa muito boa não ter tido
tal oportunidade. Do meu ponto-de-vista pessoal, uma das boas coisas que a
guerra fez foi impedir-me de escrever, demasiado cedo, outra peça. Percebi
algumas das coisas que não estavam bem em Family
Reunion, mas penso que foi muito melhor o fato de qualquer peça haver sido
bloqueada, durante cinco anos, antes que pudesse fazer sucesso. A forma dos Quartets adaptava-se muito bem às
condições sob as quais eu estava escrevendo, ou podia escrever. Eu só podia
escrevê-los em partes, e não precisava observar inteiramente a mesma
continuidade; pouco importava que um ou dois dias passassem sem que eu
escrevesse, como ocorria com frequência, enquanto eu me entregava a trabalhos
de guerra.
E sobre as suas peças teatrais, T.S. Eliot diz:
Eu disse alguma coisa,
creio, em Poetry and Drama, acerca de meus objetivos ideais, os quais jamais
esperei poder realizar plenamente. Comecei, realmente, com Family Reunion,
porque Murder in the Cathedral é um
trabalho referente a determinado período e algo fora do comum. A peça foi
escrita numa linguagem um tanto especial, como a gente faz quando está tratando
de outra época. Não resolveu nenhum dos problemas em que eu estava interessado.
Mais tarde, pensei que, em The Family
Reunion, eu estava dando tanta atenção à versificação que negligenciei a
estrutura da peça. Ainda hoje, acho que The
Family Reunion é a melhor de minhas peças teatrais quanto ao que concerne à
poesia, embora não seja muito bem construída.
E, no que difere a redação teatral da redação de poemas, Eliot responde:
Acho que há maneiras
inteiramente diferentes de se abordarem tais gêneros. Há toda a diferença
existente no mundo entre o escrever-se uma peça para uma platéia e escrever-se
um poema, em que se está a escrever primordialmente para si mesmo – embora,
palavras evidentemente, a gente não se sentisse satisfeita se o poema depois,
não significasse algo também para outras pessoas. Com um poema, pode-se dizer:
“Pus meus sentimentos em palavras para mim mesmo. Tenho agora o equivalente, em
palavras, para tudo o que senti.
Eliot conclui a sua fala sobre a forma de redação de peça teatral e de
poema:
Num poema, ademais, a
gente está escrevendo para a nossa própria voz, o que é muito importante. A
gente está pensando em termos da nossa própria voz, ao passo que, numa peça,
desde o começo, a gente tem de perceber que está preparando algo que irá parar
nas mãos de outras pessoas, desconhecidas no momento em que se está escrevendo.
Não direi, certamente, que não haja momentos, numa peça, em que ambas as
maneiras de se abordar um tema não possam convergir, quando penso, idealmente,
que 'deveriam' fazê-lo. Isso ocorre, com muita freqüência, em Shakespeare,
quando ele está escrevendo um poema e pensando, tendo em mente, simultaneamente,
o teatro, os atores e a plateia. E ambas as coisas constituem apenas uma. É
maravilhoso, quando se pode atingir tal ponto. Quanto a mim, isso só ocorre em
momentos esporádicos.
O entrevistador pergunta a Eliot se ele tem algum conselho para dar a um
poeta jovem acerca das disciplinas ou das atitudes que ele poderia cultivar, a
fim de melhorar a sua arte. Esta é a resposta de Eliot:
É tremendamente perigoso
dar conselho geral. Acho que o melhor conselho que se pode dar a um jovem poeta
é criticar em detalhe um seu determinado poema. Argumentar com ele, se
necessário; dar-lhe nossa opinião, se houver quaisquer generalizações a serem
feitas, e deixar que ele próprio o faça. Tenho verificado que pessoas diversas
tem maneiras diferentes de trabalhar, e que as coisas lhe chegam de modo
diferente. Nunca se tem a certeza de estar-se proferindo uma enunciação que
seja geralmente válida para todos os poetas, ou quando se trata de algo que só
se aplica à gente. Penso que nada é pior que a gente procurar formar alguém à
nossa própria imagem.
REFERÊNCIAS:
CATTAUI, Georges. T. S. Eliot. Paris: Éditions
Universitaires, 1957.
COWLEY,
Malcom. Escritores em Ação. Tradução de Brenno Silveira.
2. ed. Paz e Terra, 1982.
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Olá, Pedro Luso. Parabéns pelo belo ensaio sobre T. S. Eliot. A poesia e o ensaio de Eliot sobre poesia são indispensáveis. Importante a técnica do fragmento, que ele utilizou à exaustão. E o alcance metafísico de suas imagens, buscando a transcendência.
ResponderExcluirAbraços.
Um texto cheio de informações e detalhes que desconhecia de T.S.Eliot.
ResponderExcluirAprendi umas coisas por aqui...
Obrigado
Chris
Oi, Pedro!
ResponderExcluirPena que não pude ler, em teu ensaio, nenhum poema de Eliot.
Bjs.
Oi Pedro,
ResponderExcluirAguardo o poema.
Ótima postagem.
Com admiração,
Cris
Bom dia Pedro.
ResponderExcluirGostei de mais de seu Blog e principalmente das leituras reflexivas. E nesse ensaio me chamou a atenção esta frase de Martin Brownw, entre outras mais: Ele teria dito: “Há aqui belos versos, mas nada tem que ver com o que está se passando no palco.”
E verdade, poesia tem que ter essência; começo, meio e fim.
Modestia à parte, quando fiz Faculdade de pedagogia,tive mais de um poema encenado em sala de aula.
Quando conseguimos transmitir algo mais na poesia, ela se torna viva.
É verdade que nem sempre
coseguimos escrever com tanta expressividade, mas quando prestamos atenção e nos doamos a palavra, acontece sim.
Obrigada pela visita em meus BLOGS
bjs
Olá Pedro!
ResponderExcluirVenho hoje especialmente ao seu blog, para agradecer sensibilizada a sua visita do dia 04 de julho. Desconfio que intuitivamente você percebeu o que ia dentro de mim. Quis responder de imediato, mas não consegui. Achei melhor calar, no entanto, essas suas palavras que se apresentam tão singelas, serviram de alavanca para que eu me tocasse e ajudasse um bocadinho a mim mesma. Isso é o que falta ao ser humano de hoje. Compreensão, caridade, compaixão e tanto mais. Um ao menos que seja entre estes sete, ou mais bilhões de habitantes que somos, quando tem em si esses atributos, já faz o mundo valer a pena! Você fez a diferença.
Que Deus o abençoe e a sua família, hoje e sempre e que vocês sejam muito felizes.
Tenha um bom fim de semana.
Beijo
Aidinha
Que maravilha chegar aqui e "dar de caras" com este magnífico ensaio, sobre um autor que tanto aprecio. Obrigada, Pedro, por ter passado no meu "palco".
ResponderExcluirBeijo, do lado de cá do Oceano.
Oi, Graça!
ExcluirObrigado pelo comentário.
Volte mais vezes.
Abraço
Olá Pedro
ResponderExcluirVenho agradecer seu comentário que sempre enriquece minha página e preciso pedir desculpas, porque batalhei tanto para postar esta Parte IV, mas só hoje me dei conta de que tinha colado o arquivo trocado e faltava uma boa parte, logo abaixo dos dois trechos de carta do papai.
Achei que devia informar essa gafe, aos que comentaram com tão boas palavras a minha postagem e mais uma vez pedir que me perdoem.
Não se preocupe em comentar, sei que você lê e isso para mim é muito importante. É como se eu tivesse o “visto” de aprovação de um filho.
Obrigada.
Beijo
Aidinha
Olá Pedro
ResponderExcluirO que se aprende neste blog! Obrigada por nos enriqueceres com a tua cultura! Na vida estamos sempre a aprender, nos mais variados campos e é bom que procuremos alargar os nossos horizontes culturais. Tu davas um excelente professor, sabias?
Beijinho e obrigada por partilhares estes teus conhecimentos.
É sempre muito bom sabermos que é de alguma valia o que escrevemos.
ExcluirVocê sempre será bem-vinda.
Abraço.
Oi, Pedro, magnifico ensaio! Parabéns! Seu Blog é uma excelente fonte de cultura. Concordo plenamente com a "Diabinhosfora", que professor vc seria!!!
ResponderExcluirObrigada por seguir meu blog, seja muito bem vindo. Abraços
Obrigado, Sidnéia, pelo estímulo.
ExcluirEspero que você volte mais vezes.
Um bom final de semana.
Abraço.