A MULHER E O ALGOZ
– PEDRO LUSO DE CARVALHO
Quarto às escuras. Noite chuvosa.
No desalinho da cama, absorta,
a mulher olha através da janela.
Da rua, nesga de luz clareia
livros
sobre o velho baú. Na
calçada, iluminado
entre ramos de árvores, o
relógio:
longos ponteiros, duplicados
pelo efeito das sombras. Mulher
paralisada: dos pulmões
puxa o ar
que falta, e sente a
ameaça mortal.
Aterrorizada, coração descompassado,
desmaio. Passam minutos, horas
ou séculos – resta o
desfecho. Na rua,
silêncio e ruído de
carros alternam-se
sobre o asfalto molhado.
Lívida, no chão busca
refúgio:
rosto entre os joelhos – domínio
do medo. Na porta, forte batida
transpassa-a (barulho de
passos,
escuridão, mulher
encolhida
no assoalho, desesperançada).
De repente, no frio da
noite,
lâmina zune no breu: dor
lancinante.
Grunhido de ave ferida.
* * *
Desde aquele teu outro poema, que fala da Patagônia,estou procurando uma forma de expressar a emoção que sempre me causam poemas intimistas,principalmente os que chegam carregados da tua sensibilidade.
ResponderExcluirFinalmente, achei as palavras pra te mandar num site português de literatura:
"Poesia intimista é onde a vida se expressa em "espasmos de alma".
Minha admiração,Pedro
Thereza Pires-12/3/09. `as 23.13
Pedro Luso
ResponderExcluirAdorei poema! Pareceu-me conter um certo inedetismo, de sabor a leiteratura policial, que aprecio.
Daniel
Pedro, é interessante como teu poema prepara a cena, armando o suspense, até surpreender o leitor com o final. Mas não é o essencial esse final, e sim as imagens fortes que se avolumam, como que criando o impacto por elas mesmas.
ResponderExcluirUm grande abraço.
Un poema muy interesante, aunque temo no comprenderlo todo. Pero sí, se escucha la musicalidad dramática de los versos, y ese último grito de fiera herida. Saludos cordiales.
ResponderExcluirÉ a sindrome do pânico ...
ResponderExcluirSimplesmente adorei o poema!!
ResponderExcluirLi e reli!!
Antes de mais, quero manifestar-lhe
ResponderExcluiro agrado sentido por saber do seu interesse em seguir meu blog.
Apresento-lhe minhas saudações
por este seu blog, que me despertou
grande interesse e que ppassarei
a seguir.
Quanto ao poema "A Mulher e o algoz", adorei!
Um grande abraço
Alvaro Oliveira
Una poesia presentata con la suspense di un film che, tende a catturare il lettore fino alla fine, per riuscire a capire come sarà il finale. Un contesto colmo di luci ed ombre ed immagini che pare di assistere alla situazione dal vero. Complimenti per quest'opera che, ho apprezzato tanto amico Pedro. Un caro saluto di buona domenica da Grazia.
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