– PEDRO LUSO DE CARVALHO
ANATOLE FRANCE foi o pseudônimo
que Jacques Antoine Anatole Thibault escolheu para assinar suas obras, com o
qual tornou-se famoso . Anatole France nasceu em 16 de abril de 1844, em Paris,
onde morreu, em 12 de outubro de 1924. Foram seus mentores intelectuais,
Sainte-Beuve, e, em especial, Renan. Dos escritores do passado, sofreu
influência de Rabelais e de Voltaire. Iniciou sua carreira literária com a
publicação do livro de poemas Poèmes
Dores, em 1873.
No Brasil, foi editada a
coleção História Contemporânea, de
Anatole France, que é composta pelos romances À sombra do olmo, O manequim
de vime, O anel de ametista e Monsieur Bergeret em Paris, pela editora
Difel, em 1986, com apresentação de Mário da Silva Brito, poeta, crítico e
historiador da literatura (autor de História
do Modernismo Brasileiro, editado pela Civilização Brasileira em 1978).
A editora Francisco Alves
publicou em 1983, de Anatole France, As
sete mulheres de Barba-Azul, que integrou a coleção Clássicos Francisco
Alves, com a apresentação de João Guilherme Linke, que foi também o responsável
pela tradução da obra. Aliás, a tradução da tetralogia intitulada História Contemporânea, composta pelos
romances mencionados no segundo parágrafo deste artigo, também coube a João
Guilherme Linke.
Anatole France ganhou
notoriedade com Le crime de Sylvestre
Bonnard, romance premiado pela Academia
Francesa. Dentre outras obras importantes do escritor, que tive a
oportunidade de reler, estão os romances que compreende quatro volumes da
História Contemporânea, mencionados
acima, o que ocorreu também com As sete
mulheres de Barba-Azul. Mais algumas obras de France: Les noce Corinthiennes (poesia) Jocaste,
Les Désirs de Jean Servien, Le Chat Maigre, Le livre de Mom Ami, Balthasar
(contos), Thais, L’Île des Pingoüins, Les
Puits de Sainte-Clair, (contos), Les
Lys Rouge, além de outras importantes obras literárias.
A carreira literária de
Anatole France tomou um novo rumo, no entanto, após ter se decidido a apoiar
Émile Zola no seu pedido de revisão do processo que envolveu Dreyfus, conhecido
como Caso Dreyfus, momento esse que
assinalou para o escritor uma “tomada de consciência social”, levando-o a
ligar-se à esquerda socialista, e, mais tarde, já no fim de sua vida, ao
Partido Comunista, fato que atraiu a atenção dos intelectuais de esquerda, em
que pese à superficialidade de sua militância política.
Dentre as muitas
honrarias que France recebeu, cumpre ser ressaltadas a sua eleição para a Academia Francesa, em 1896, para
preencher a vaga de Ferdinand de Lesseps. Outra importante honraria concedida
em 1921 a Anatole France foi o Prêmio
Nobel de Literatura. Seus concorrentes ao Nobel desse ano foram: George
Bernard Shaw, H. G. Wells, William Yeats e Henri Bergson. Com o reconhecimento
de sua obra pela crítica e pelos leitores, sua arte literária não sofreu
qualquer prejuízo quando todos os seus livros foram colocados no Index pela Igreja Católica, em 1922.
Mário da Silva Brito faz
referência à posição que Anatole France desfrutava no quadro das letras
francesas durante os vinte primeiros anos do século vinte, como sendo a figura
de maior renome desse período: “Era, então, não somente o líder intelectual da
França, mas também uma das mais radiantes
personalidades literárias da Europa, no dizer do famoso crítico e
historiador Albert Thibaudet. Era moda ler Anatole France, era sinal de bom tom
cultivar, como ele, l’ironie e la pitié,
dava status intelectual ser anatoliano, isto é, cético e sutil”.
Sobre a crise pela qual
France passou, diz André Maurois:
Depois de longos anos de
glória universal, Anatole France foi várias vezes depois de morto injustamente
tratado. Ninguém esqueceu o cruel panfleto Um cadáver. O humanismo de France,
sua ironia e mesmo sua piedade, só podiam irritar uma geração violenta e dura.
Sua procura da harmonia não interessava estilistas que buscavam a dissonância e
a linha quebrada. E no entanto ele também foi um rebelde, mas com escrúpulo e
inteligência, o que não estava mais na moda. Entre as duas guerras, foi lido
cada vez menos. Hoje novas massas de leitores vêm a ele. Publicadas em livros
de bolso, algumas de suas obras atingem um imenso público.
REFERÊNCIAS:
FRANCE, Anatole. À sombra do olmo. Tradução de João
Guilherme Linke. São Paulo: Editora Difel, 1986.
FRANCE, Anatole. As sete esposas de Barba-Azul. Tradução
de João Guilherme Linke. Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 1983.
MAUROIS, André. De Aragon a Montherlant. Tradução de
Paulo Hecker Filho. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1967.
* * *
Olá!
ResponderExcluirFico honrado de ser linkado por um blog com tanta qualidade como o teu!
Abraços
João Barreto
Obrigado, João.
ExcluirParabéns pelo seu blog.
Um abraço.
Olá,
ResponderExcluirObrigado por seu link do Jornada Imperial. O conteúdo aqui apresentado é muito valioso, que deve ser o mais acessível possível, por isso também irei colocar link seu.
Parabéns pelo trabalho.
Abraços.
Alfred,
ExcluirO seu blog "Jornada Imperial" merece o link.
Obrigado por sua visita.
Um abraço.
Muito bom esse teu blog!
ResponderExcluirParabéns!
Abraços,
Obrigado, Edson.
ExcluirEu também gostei do seu blog.
Aproveito para recomendar o blog do Edson Marques.
Um abraço.