– Pedro Luso de Carvalho
Na
postagem de MOZART - Parte I, dissemos que Leopold Mozart aspirava
para seus filhos, Wolfgang e Nannerl, uma sólida posição na música
europeia, e que, para isso, teria que empreender excursões,
contratar professores qualificados e buscar espaços para suas
apresentações em grandes plateias; assim, uma vez atingido tal
objetivo, teria também, como retorno desse trabalho, o alentado
lucro pecuniário, além de prestígio social.
E,
para iniciar tal empreendimento, Leopold fez a sua escolha: Munique,
capital da Baviera. Aí seus dois filhos fariam, fora de Salzburgo,
as primeiras exibições. A recepção pelo Eleitor Maximiliano, para
um recital com grande repercussão foi a certeza de que a escolha de
Leopold foi acertada.
O
pai-empresário sentiu-se encorajado com o êxito. Foi estímulo
suficiente para uma viagem mais ambiciosa: Viena, o núcleo de
reunião de vários Estados germânicos. Não só a Capital do
Império, mas o centro da vida artística internacional. Leopold não
poderia esperar outra coisa de seus filhos que não a fama e a
fortuna.
Em
setembro de 1762, Leopold partiu com Wolfgang e Narnnerl para a
metrópole. Na bagagem levaram um cravo para que o filho e a filha
pudessem exercitar-se com o rigor imposto pelo pai. A conquista do
mundo musical vienense era a meta para Leopold e seus filhos.
Em
Linz, ocorreu um contratempo: Wolfgang foi acometido de forte gripe,
que o deixou enfraquecido, mas acabou por recuperar-se. Não tardou
para que viesse sofrer outras doenças de maior gravidade, que
afetaram seu organismo. Cuidados foram tomados na convalescênça do
menino, que se distraía compondo e escrevendo várias peças importantes, entre elas o Allegro em Si Bemol, para cravo ou
Clavicórdio – I.K. 3 e Minueto em Fá Maior, para cravo ou
Clavicórdio – I.K.6.
Le Nannerlopoldo
comprazia-se com o resultado dos recitais dados por Wolfgang e . No mês de outubro de 1762, a refinada sociedade vienense
era unânime em pródigos elogios a ambos. Tanto foi o sucesso dos
recitais que logo a Côrte Imperial os convidou para que ali se
apresentassem. O recital no palácio Schoenbrunn resultou em grande
prestígio para Wolfgang Mozart. Mas, novamente, teve a saúde
abalada. Uma escarlatina levou-o à cama. E, sem novas apresentações,
Wolfgang logo foi esquecido por Viena.
A
escarlatina foi debelada, embora tenha deixado sequelas, tais como:
debilidade física e distúrbios renais crônicos; essa doença viria
encurtar a vida do gênio. No mesmo ano de 1762, Mozart, Nannerl e o
pai retornaram a Salzburgo. Aí o jovem iria repousar e tratar-se.
Nessa pausa, o pai aproveitaria para refazer seus projetos musicais
para os filhos.
Em
junho de 1763, Leopold retornou com os filhos a Munique, que os
recebeu com agrado. Tiveram mais uma recepção na Corte, na qual o
Príncipe Von Zweibrücken acolheu- os e deu-lhes proteção. Assim
foi aberto o caminho para que Wolfgang e Nannerl dessem vários
recitais na cidade. Depois apresentaram-se em Augsburgo, cidade natal
de Leopold, mas aí, nos três recitais que deram, não tiveram o
mesmo êxito.
Em
agosto de 1763, a família Mozart chegou em Frankfurt, Alemanha,
onde foi bem recebida pelos círculos culturais. Nessa cidade, num
dos seus cinco recitais Wolfgang e Nannerl lotaram todos com salões
e foram aplaudidos efusivamente. Numa dessas apresentações
encontrava-se o jovem Goethe, que mais tarde falaria da honra que
teve em conhecer Wolfgang.
O
êxito de Wolfgang e Nannerl iria desestabilizar emocionalmente
Leopold. Exibicionista e tomado pela vaidade, Leopod almejava
agradar o público, e esquecia-se de revelar o valor artístico dos
filhos. Na época em que os Mozart haviam alcançado grandes êxitos
nas suas excursões, o menino Wolfgang, estava oito anos de idade e
Nannerl, com treze anos.
Após
um recital para o Príncipe Carlos de Lorena e sua Corte, Leopold e
seus filhos deixaram Bruxelas e viajaram para a França, levando uma
carta de recomendação para Melchior Grimm, secretário do Duque de
Orléans. Desta forma foram introduzidos no mundo aristocrático
parisiense, quando o nome de Mozart já era conhecido pelos reis de
França.
Em
1764, Wolfgang e Nannerl, que já haviam visitado o palácio de
Versalhes, a convite do rei de França, apresentaram-se durante uma
grande recepção à mais alta aristocracia francesa, oferecida pela
Corte, pela passagem do ano. No final do ano de 1764, Wofgang
Amadeus Mozart havia composto quatro sonatas para violino e cravo, ou
clavicórdio. Em Paris, durante a estada da família, as primeiras
obras de Wofgang começaram a ser publicadas.
Depois
de terem deixado Paris, dirigiram-se a Londres, onde foram recebidos
pelo Rei Jorge III, que ofereceu ao menino partituras de George
Wagenseil, Johann Christin Bach, Christian Abel e Haendel, todas
muito difíceis para ele, que não os conhecia. Wonfgang executou
para o rei todas as peças com perfeição na sua primeira leitura.
Depois improvisou no órgão que se encontrava no salão, uma bela
variação sobre a ária de Haendel, que acabava de conhecer e de
tocar para o monarca. Assim, após inúmeros recitais, a Côrte
inglesa rendeu-se ao talento do menino Wolfgang.
Leopold,
que se encontrava doente, deixou Londres com os filhos, para repousar
em Chelsea, onde Wolfgang conheceu Johann Christin Bach, filho mais
novo de Johann Sebastian Bach.
Na
próxima postagem, continuaremos com a vida e a obra de Wolfgang
Amadeus Mozart. (Para
acessar a primeira parte deste trabalho, clicar em:
REFERÊNCIAS:
ANSTETT,
J. Ph. Galeria
de Homens Ilustres.
Rio de Janeiro: Laemmert, 1905.
CAMARGO
GUARNIERI. Grandes
Compositores da Música Universal.Nº 20.
São Paulo: Abril Cultural, s/d.
* * *
Caro Pedro, ótima biografia! Sou fã de Mozart, e nunca se sabe tudo sobre os grandes personagens. Obrigado por mais esta série.
ResponderExcluirUm abraço e muito sucesso, saúde e paz em 2012.
Você é detentor de um grande acervo. Obrigado por democratizar e tão vasto conhecimento. Até...
ResponderExcluirUma biografia interessante e completa de Mozart! Gostei de saber pormenores que desconhecia que me dão uma imagem mais real deste grande músico que tanto aprecio-
ResponderExcluirE o Panorama continua com nota alta!
Beijo
Graça
Visitei a terra natal e adorei.
ResponderExcluirAbraço, boa semana
Que coisa boa, amigo Pedro!
ExcluirÉ sempre uma satisfação ver você aqui no Panorama.
Um Feliz Natal e um Novo Ano com muita paz aí em Macau.
Grande abraço!
Gostei de ler o seu texto, meu Amigo Pedro. Fã que sou de Mozart já sabia algumas coisas mas aprendi muito aqui. Obrigada. Este grandes génios da música não tiveram uma vida muito fácil. Mas o seu talento continua intocável.
ResponderExcluirUm Natal cheio de amor e um novo ano com muita saúde e paz.
Um beijo.
Olá, amiga Graça, é uma alegria receber a ilustre poeta
Excluirportuguesa aqui neste espaço.
Sem dúvida Mozart foi um grande gênio, talvez o maior compositor clássico.
Desejo a você, minha amiga, e a sua família um Feliz Natal e um
Ano Novo de muita paz e alegria.
Uma ótima semana, um beijo.