– PEDRO LUSO DE CARVALHO
Em 1982, a Editora
Nova Fronteira lançou a 3ª edição de Os
chefes,
o primeiro livro de Mário Vargas Llosa, e que, por coincidência,
foi o primeiro livro que li desse escritor. O conto Os
chefes,
que dá título ao livro, é um dos seis contos que compõem a obra,
e mais a novela Os
filhotes.
A primeira edição desse livro deu-se em Lima, Peru, na segunda
metade dos anos 50, quando o escritor contava com apenas 22 anos. Em
1958 Vargas Llosa recebeu o importante prêmio Leopoldo
Alas,
como o melhor livro do ano de seu país.
Depois de Os chefes, o
entusiasmo pela literatura de Vargas Llosa levou-me a ler outras
obras suas, as quais destaco, independentemente das datas de suas
edições, e de minhas leituras: Conversa na Catedral,
Pantaleão e as visitadoras, Tia Julia e o escrevinhador,
História de Mayta, e, por último, Quem matou Palomino
Molero. Atualmente, estou lendo o seu livro de ensaios
literários, A verdade das mentiras, da editora ARX, 2ª
edição, 2004. Na primeira edição, em 1999, o livro continha vinte
e seis ensaios, e passou para trinta e seis ensaios na 2ª edição
(2004).
Sobre Vargas Llosa, li também a
entrevista que concedeu à Revista Playboy, feita por Ricardo
A. Setti, em 1986, e que depois se transformou em livro, com edição
pela Editora Brasiliense, com o título Conversas com Vargas
Llosa. Antes de iniciar essa entrevista, que foi feita durante
três dias - até então a mais longa que concedera, segundo sua
afirmação ao entrevistador -, Setti faz um prefácio com o título
Pequena história do entrevistado e da entrevista, do qual
extraímos apenas algumas passagens: "Ele tem com seu país, o
Peru, uma relação especialíssima – mais adúltera que conjugal,
cheia de suspeita, paixão e fúria, como ele próprio define”.
Ainda no prefácio, Setti fala
um pouco mais sobre o escritor: “nascido em 1936, em Arequipa, no
sul do Peru, Vargas Llosa viveu na Bolívia até os oito anos de
idade; só conheceu o próprio pai aos dez anos de idade, quando seus
pais, separados, se reconciliaram. Filho único de uma família de
classe média com ramificações pela elite peruana – seu avô
materno era primo-irmão de um presidente da República, ele estudou
num colégio militar (experiência marcante a ponto de lhe inspirar o
primeiro romance, Batismo de fogo) antes de seguir o caminho
tradicional da Faculdade de Direito na antiqüíssima Universidade de
San Marcos, onde se formou numa profissão que nunca exerceria”.
Antes de transcrevermos as duas
primeiras respostas de Vargas Llosa, na referida entrevista, digo da
minha intenção de continuar com Conversas com Vargas Llosa,
em postagens futuras, intercalando-as com outros trabalhos. Antes,
porém, da sua primeira resposta à pergunta do entrevistador, lembro
de outras obras de ficção do escritor, além das que nos referimos
acima: O batismo de fogo, A orgia perpétua, A
senhorita de Tacna, A guerra do fim do mundo e Contra o
vento e maré. (É possível que não tenha mencionado todos.)
Ricardo A. Setti disse, a Vargas
Llosa, ser ele um escritor famoso e que naturalmente os seus leitores
no Brasil sabem o que ele escreveu e como escreve. Depois, perguntou
ao escritor quais são as suas leituras, e esta foi a sua resposta:
“Olha, comigo acontece desde já alguns anos uma coisa curiosa. Eu
me dei conta de que leio cada vez menos os escritores vivos, e cada
vez mais os mortos. Leio muito mais escritores do século XIX do que
do século XX. Talvez nos últimos anos, além disso, eu esteja lendo
menos literatura do que ensaístas e historiadores. Não sei bem
porque. Bem, em alguns casos por razão de trabalho, mas também me
ocorre uma coisa: quando se tem 15 ou 18 anos de idade, existe a
impressão de que se dispõe de todo o tempo do mundo. Quando temos
50 anos, nós nos damos conta de que não dispomos de todo o tempo, e
de que temos que ser muito seletivos. Talvez pó isso eu leia menos
meus contemporâneos”.
Por hoje, ficaremos com a
segunda resposta de Vargas Llosa à pergunta de Setti, qual seja, de
quem ele gosta, dos contemporâneos, vivos ou já mortos, que lê:
“Quando jovem, um autor que eu seguia de maneira sistemática era
Sartre. Entre os romancistas americanos, li, sobretudo os da geração
perdida – Faulkner, Hemingway, Fitzgerald, Dos Passos -,
principalmente Faulkner. Ele é um dos poucos autores de minhas
leituras de juventude que ainda se conservam vivos para mim. Nunca me
senti decepcionado ao reler Faulkner, como ocorreu por vezes com
Hemingway, por exemplo. Sartre é um escritor que eu não releria
hoje – diante de tudo o mais que li, acho que sua obra de ficção
envelheceu e se empobreceu tremendamente, e sua obra de ensaísta,
que me pareceu sempre muito inteligente, considero hoje muito menos
importante, com muitas contradições, equívocos, inexatidões e
falácias. Isso nunca aconteceu, para mim, com Faulkner. Jamais”.
REFERÊNCIA: SETTI, Ricardo A.Conversas com Vargas Llosa. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986.
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