[ESPAÇO DA CRÔNICA]
FILHOS VERSUS PAIS
– PEDRO LUSO DE CARVALHO
Vemos que mulheres e homens convivem com pessoas com as quais têm um
comportamento que pode ser tido como normal, nos bancos escolares de todos os
níveis, no trabalho, e nos locais em que frequentam nos seus momentos de lazer;
sabem manter um diálogo com seus interlocutores, com o cuidado de manterem-se
afáveis, compreensivos e respeitosos, por entenderem que essa regra de conduta
será a garantia de que estarão sempre rodeados de amigos, num ou noutro momento;
criam em suas mentes fronteiras imaginárias que delimitam os seus espaços, e
assim convivem em perfeita harmonia.
Na condição de colegas ou de amigos, esforçam-se para que o respeito
mútuo esteja sempre presente entre eles, uma vez que têm plena consciência
dessa necessidade; sabem que o tratamento cortês que a eles dispensam será a
garantia de que também serão tratados com a mesma cortesia, e, com isso,
estarão sempre mais propensos à prática de atos de solidariedade para com essas
pessoas que os cercam, pois sabem que com esse modo de proceder fortalecem os
elos dessa corrente que os unem; também sabem que para isso é indispensável à
observância dos limites de seus territórios, e respeitam as suas fronteiras,
que os separam e os ligam ao mesmo tempo.
Muitas dessas pessoas, que também convivem com os seus pais, na mesma
casa ou em casas diferentes, e, nesse convívio, agora visto sob o prisma de
filhos, mostram-se pessoas com comportamentos diametralmente opostos aos que
convivem com colegas e amigos; e, se fossem vistos nessa condição, certamente
estes não seriam por eles reconhecidos, por se mostrarem egoístas, descorteses,
indiferentes.
Quem os visse agora, na condição de filhos, sem dúvida ficariam
desolados com o tratamento que estariam dispensando aos seus pais, pela
ausência do diálogo, do respeito, da compreensão; só não ficariam mais
desolados com o que veriam porque saberiam que eles, filhos que também são, têm
igualmente um comportamento junto aos seus colegas e amigos, e outro para com
seus pais; e que, na realidade, vivem em dois mundos: com aqueles são pródigos
em cortesia e compreensão, enquanto que para estes sobra a indiferença, a
queixa, a acusação.
Essa é a realidade: a consciência de que existem normas para serem
observadas no convívio entre colegas e amigos e que são desconhecidas pelos
filhos no relacionamento com seus pais; neste caso, deixam de praticar a
cortesia, a solidariedade; em casa de seus pais, sequer os cumprimentam quando
chegam, ou se despedem quando saem; guardam com avidez o que têm de bom para
distribuir com sobras às pessoas que fazem parte de seu círculo de amizade; com
seus amigos expandem os seus sentimentos de alegria, de camaradagem, de
compreensão.
No fundo, os filhos têm uma espécie de comiseração para com os seus
pais, enganados que estão ao pensarem que somente eles, os filhos, têm as
necessárias condições para a fruição da vida; mas, como esse sensível e
complexo relacionamento sempre foi assim, e que, no meu entender, assim
permanecerá, resta-nos aceitar essa realidade, como já a aceitaram nossos
antepassados.
* * *
Eu sinceramente discordo dessa opinião. Moro com meus pais e nesta casa há diálogos e também discussões. Tanto eu como meu irmão (este já morando em outra casa)pedimos benção a nossos pais antes de sair e os beijamos quando chegamos. E nem por isso deixamos de ter bons amigos. E sei que esta casa não é a única assim. Tente uma visão mais otimista da vida! Certamente seus fihos te amam muito, falta apenas um dos dois lados puxar uma conversa.
ResponderExcluirbjus
Pedro,
ResponderExcluirAí está um texto muito bom.
Infelizmente, este é uma realidade a que muitas familias estão sujeitas.
Agora, de quem é a culpa, não saberia responder.
Abraços, Guilherme
AMigo, quanto tempo!
ResponderExcluirSeu texto é muito atual e interessante, mas não devemos desanimar, a palavrra que está entre os pais e filhos, é chamada AMOR, a outra é paciência, a outra é dedicação e total atenção, pois ter filhos é ter trabalho!!!
Muitas vezes, pensei e penso até hoje no bendito motivo que me fêz tê-los. Claro que não quero perde-los, pelo amor de Deus, mas é um sofrimento para eles, e para nós!
Afinal, sempre digo que nós humanos aprendemos a cirurgiar um cérebro, um rim, o fígado, o coração de outro, mas não aprendemos em lugar nenhum - como fazer com nossos filhos. Como viver com nossa mulher ou marido, não há curso para essas coisas, acabamos aprendendo na porrada mesmo! Muitas vezes da certo, outras... errado, vai saber. Por essa razão que digo que dá muito trabalho.
Incrível é observar que quando temos mais de um filho, um é diferente do outro. Nem parece que sairam do mesmo "buraco" ou toca... rsrsrs No entanto, são filhos do mesmo pai e da mesma mãe, comeram da mesma comida, e são diferentes, únicos, indivíduos...
Enfim, muito legal a experiência. A verdade é que eles, como qq outro bichinho, precisam de um pouco de rédia, depois é possível liberar, mas até certo momento precisam ser educados, e educar dá muito, muito e muito trabalho!
Um beijo Pedro, fique com Deus e se cuida.
CON
3 de Junho de 2009 22:42
23 de Junho de 2009 22:39
Muito legal o post, mas vale lembrar que esses dois mundos diferentes se encontravam no passado e se encontrarão no futuro e é preciso persistir para que ele se encontre no presente também... Os pais devem sempre buscar uma forma de interagir com seus filhos, para que depois não tenham do que reclamar... Visita meu site: contabilidademantiqueira.com.br desenvolvido pela namp.com.br
ResponderExcluir22 de Junho de 2009 11:54