[ PEDRO LUSO DE CARVALHO ]
EZRA
POUND foi educado na Universidade de Pensilvânia e no Hamilton College. O seu
primeiro livro foi publicado em 1908, em Veneza, Itália. Escreveu cerca de 90
volumes de poesia, crítica e traduções de importantes poetas. Além de suas
próprias obras, Erza Pound – que definiu a boa literatura como “linguagem
carregada de sentido até o último grau possível” – publicou James Joyce, foi uma espécie de
protetor de T.S. Eliot, incentivou Yeats a ousar mais na sua poesia, mostrou a
importância da concisão a Hemingway.
Em tempo
algum foi negada a importância de Pound, como professor e como divulgador das
artes. “Seus ensaios literários, suas cartas, seu estudo da poesia provençal
intitulado The Spirit of Romance e o
fascinante ABC da literatura – diz
Michael Dirda – tudo isso ainda causa um verdadeiro impacto: os textos são ao mesmo tempo acadêmicos, iconoclastas e divertidos,
como podemos notar na constatação de que A
França assumiu a liderança intelectual europeia quando reduziu a hora das aulas
nas universidades para cinquenta minutos ”.
Extraí de A Arte da Poesia, livro de ensaios de
Ezra Pound, o texto que tem por título
Linguagem; sem dúvida, a intenção de Pound era a de ajudar os mais novos a
desenvolver a arte da escrita, já que ele é aquele “artista mais tarimbado
buscando ajudar outro artista mais jovem”, como dizia de si mesmo. Ezra Pound –
poeta, músico e ensaísta de invejável erudição – foi um dos expoentes do
movimento modernista da poesia do início do século XX.
Em A Arte da Poesia, no seu capítulo Linguagem, Pound ensina aos jovens
escritores, poetas principalmente, como se deve tratar a difícil arte da prosa
e da poesia: “Não use palavras
supérfluas, nem adjetivos que nada revelam. Não use expressões como dim lands of peace (brumosas terras de
paz). Isso obscurece a imagem. Mistura o abstrato com o concreto. Provém do
fato de não compreender o escritor que o objeto natural constitui sempre o
símbolo adequado”.
Diz
mais, Pound, no capítulo Linguagem: “Receie
as abstrações. Não reproduza em versos medíocres o que já foi dito em boa
prosa. Não imagine que uma pessoa inteligente se deixará iludir se você tentar
esquivar-se do obstáculo da indescritivelmente difícil arte da boa prosa
subdividindo sua composição em linhas mais ou menos longas. O que cansa os
entendidos de hoje cansará o público de amanhã”.
“Não
imagine que a arte poética seja mais simples que a arte da música – diz Pound –
ou que você poderá satisfazer aos entendidos antes de haver consagrado à arte
do verso uma soma de esforços pelo menos equivalente aos dedicados à arte da
música por um professor comum de piano. Deixe-se influenciar pelo maior número
possível de grandes artistas, mas tenha a honestidade de reconhecer sua dívida,
ou de procurar disfarçá-la”.
Quanto à
influência a que o jovem escritor não precisa esquivar-se, Pound faz esta
advertência: “Não permita que a palavra influência
signifique apenas que você imita um vocabulário decorativo, peculiar a um ou
dois poetas que por acaso admire. Um correspondente de guerra turco foi
surpreendido há pouco se referindo tolamente em suas mensagens a colinas cinzentas como pombas, ou então lívidas como pérolas, não consigo
lembrar-me. Ou use o bom ornamento, ou não use nenhum”.
Obra poética
principal de Ezra Pound: Os Cantos,
que começou a aparecer em 1917, sendo que a sua última parte – Thrones – foi publicada em 1959. Seus
poemas curtos foram reunidos no volume intitulado Personae, que foi publicado em 1926, com edição aumentada em 1950.
Ezra
Pound nasceu a 30 de outubro de 1885, na cidade de Hailey, Idaho, EUA, e morreu
no dia 01 de novembro de 1972, em Veneza, Itália, onde vivia com sua filha.
REFERÊNCIA:
DIRDA, Michael. O prazer de ler os clássicos. Tradução
de Rodrigo Neves. São Paulo: Editora WMF. Martins Fontes, 2010.
POUND,Ezra. Arte da Poesia. Ensaios. Tradução de
Heloysa de Lima Dantas e Paulo Paz. São Paulo: ed. Cultrix, 1976, p.11-12.
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Pedro,
ResponderExcluirComo sempre voce nos brinda com bons textos publicados neste belo espaço.
Abraços, GR.
GR:
ExcluirObrigado pelo estímulo e pela visita.
Gostei de ler sobre A Arte da Poesia do poeta Ezra Pound.
ResponderExcluirMe senti uma iniciante aprendendo ainda a escrever.
Faço poesias simples, mas vindas da alma e sei que com o tempo ainda chegarei a um status de poetiza de bom gabarito. Aprendo com as mãos, e através delas, deixo registrado todos os sentimentos que brotam da minha alma. Pretendo ter mais tempo para aqui me deliciar com o que vc Pedro Luso, tão sabiamente escolhe para publicar em seu blog e com ele ir aprendendo a jogar as palavras, as rimas e poder aprensentar lindos poemas ao mundo. Pois acredito que somos o que escrevemos e escrevemos o que sempre fomos.
Deyse:
ExcluirSentir-se iniciante é sempre saudável; sentir-se realizado com que se escreve pode ser um retrocesso, uma vez que nunca deixaremos de aprender.
Espero por outras visitas suas, Deyse.
Abraços.
Corrigir é preciso.
ResponderExcluirPor que escrevi "poetiza" com "z" e não com "s"? E "aprensentar" e não apresentar?
Talvez no desejo de aproveitar ao máximo o que me veio a cabeça, descuidei um pouco da ortografia e quando li parecia tudo normal. mas quero sim corrigir esse erro e pedir desculpas pela minha falta de atenção.
Não tem que se desculpar, Dayse; quem não tem esse tipo de descuido?
ExcluirVolte mais vezes.
Abraços.
Un gran Post sobre la Técnica Poética y la belleza y estética de la Poesía, personificado en Ezra Pound
ResponderExcluirAbraços.
Obrigado, caro Pedro Luis, pela visita.
ExcluirGrande abraço.
Pedro Luso, teu blog é O Blog. Tudo aqui é muito bom. Entrei para dar uma olhada e fiquei mais de hora e meia. Parabéns pelo seu maravilhoso trabalho. Voltarei sempre, para ler, compartilhar e sobretudo aprender. Abraço.
ResponderExcluirObrigado, caro Mello.
ExcluirGrande abraço.